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PT rifa Chiquinho e Audic ao declarar apoio ao PSD em Tauá
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

PT rifa Chiquinho e Audic ao declarar apoio ao PSD em Tauá

Desde o início do governo petista, ainda em 2023, havia a expectativa de que Elmano e o ministro Camilo Santana (Educação) retribuíssem apoio de Audic Mota e Chiquinho Feitosa em 2022
Patrícia Aguiar (PSD), prefeita de Tauá (Foto: Junior Pio/ALCE)
Foto: Junior Pio/ALCE Patrícia Aguiar (PSD), prefeita de Tauá

O apoio do PT ao PSD de Domingos Filho em Tauá deve ter repercussões em Fortaleza e em Caucaia. Sob gestão da prefeita Patrícia Aguiar (PSD), casada com Domingos, a cidade é palco de um conflito doméstico na base do governador Elmano de Freitas (PT).

De um lado, o PSD. Do outro, o MDB de Audic Mota e o Republicanos de Chiquinho Feitosa, dirigente da sigla.

Desde o início do governo petista, ainda em 2023, havia a expectativa de que Elmano e o ministro Camilo Santana (Educação) retribuíssem apoio de Audic e Chiquinho em 2022, endossando uma candidatura do emedebista.

Para a dupla, esse cálculo não tinha qualquer fio solto, já que Domingos e Patrícia estiveram ao lado de Roberto Cláudio como candidato ao Governo naquele ano – o dirigente do PSD foi vice na chapa de RC, inclusive.

Chiquinho, por sua vez, desmontou o PSDB, ao qual era filiado, na tentativa de aproximá-lo de Camilo e do PT dois anos atrás. À época, o empresário, à frente do tucanato cearense, chegou a aprovar neutralidade do partido na corrida eleitoral, abrindo caminho para que estivesse ao lado do ex-governador e então candidato ao Senado.

A intenção de Chiquinho, que já havia exercido o mandato de senador durante licença de Tasso Jereissati, era chegar novamente ao Congresso, agora como suplente de Camilo, cuja eleição era dada como certa.

Após queda de braço interna, contudo, Tasso acabou se impondo, e Chiquinho deixou a agremiação social-democrata tempos depois.

Já no Republicanos, o ex-PSDB chancelaria o nome de Audic, principal adversário do grupo de Domingos e Patrícia em Tauá, mas o PT decidiu abraçar a família Aguiar – filhos do casal, Domingos Neto e Gabriella Aguiar são deputados federal e estadual, respectivamente.

A dúvida agora é sobre como e onde o PSD deve recompensar o PT pelo apoio em seu próprio quintal.

Duas possibilidades estão na mesa: uma é retirando candidatura a prefeito de Caucaia, onde o ex-prefeito Naumi Amorim (PSD) é o mais cotado para a briga contra o ex-secretário Waldemir Catanho (PT), também postulante.

Nesse caso, o PSD poderia indicar a vice do petista. Como a coluna já havia informado, o quadro com mais chances para desempenhar a função seria a ex-deputada Erika Amorim, esposa de Naumi.

Outra hipótese é em Fortaleza, com o partido de Domingos abrindo mão de espaço na chapa encabeçada por Evandro Leitão (PT) à Prefeitura em 2024. Assim, outras legendas, tais como o PSB do senador Cid Gomes e até o MDB de Eunício Oliveira, teriam primazia para apontar o nome da vice na composição.

Independentemente do cenário, porém, há um grupo que sai derrotado nesse movimento de aliança entre PT e PSD em Tauá: o de Audic e Chiquinho. Ambos opositores de Patrícia, seu grande trunfo no município era a entrada de Elmano, Camilo e Lula na campanha contra as forças de situação.

Mas deu-se exatamente o contrário – o “Ceará três vezes mais forte” estará ao lado dos Aguiar.

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