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Lula visita Ceará sob pressão de greve
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Lula visita Ceará sob pressão de greve

Professores e servidores técnico-administrativos de universidades federais em greve há mais de dois meses traçam novo cenário na terceira visita de Lula ao Ceará
Tipo Análise
Presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Foto: Ricardo Stuckert / PR Presidente Lula

Pela terceira vez no Ceará apenas em 2024, o presidente Lula visita o Estado hoje sob pressão de uma greve dos docentes e servidores técnico-administrativos de universidades federais que já passa dos dois meses. Embora a pauta da educação seja a mesma, o cenário difere do de outras passagens do petista, uma para lançar a pedra inaugural das obras do ITA-CE no começo do ano e outra para tratar de intervenção hídrica (ramal do Salgado, na Transposição).

Em ambas, Lula esteve em ambiente controlado e cercado de aliados, alguns dos quais eram então potenciais nomes para a disputa pela Prefeitura de Fortaleza, a exemplo de Evandro Leitão (PT). Agora, porém, o chefe do Executivo desembarca com a pré-candidatura do deputado estadual definida na briga pelo Paço e imediatamente depois de uma reforma na gestão de Elmano de Freitas conduzida com o propósito de "arrumar a casa".

Logo, a presença do mandatário serve tanto para injetar uma dose de ânimo no Abolição - não por acaso boa parte da cerimônia vai transcorrer na sede do governo estadual - quanto para catapultar a imagem de Evandro como candidato de Lula em Fortaleza. A esse respeito, recorde-se que foi do neopetista, em tese, o pedido para instalação de dois campi do IFCE na capital cearense.

Impasse a um mês das convenções

Restando um mês até o início do período de convenções, as forças políticas entram numa fase crítica da montagem de chapas em Fortaleza. Dos cinco principais competidores até aqui (Evandro Leitão, Capitão Wagner, José Sarto, Eduardo Girão e André Fernandes), nenhum definiu um quadro para a vice. Mais que escolha de nome por si, o impasse sugere que os atores ainda operam costuras na estruturação de suas campanhas.

No caso de Evandro, por exemplo, há dúvida sobre a quem compete de fato a indicação para o posto, se ao PSD de Domingos Filho ou ao PSB do senador Cid Gomes. Wagner, por sua vez, adia essa resolução a fim de tentar reduzir o número de candidaturas do campo de direita, postura adotada também por Fernandes e Girão.

Já o prefeito tenta equacionar uma disputa interna no PSDB pela vice. Como já ficou claro, a base do chefe do Executivo municipal tem preferência, e não é pelo atual ocupante da cadeira, Élcio Batista.

Sarto e os candidatos do PDT

Sem muito alarde, o PDT reuniu seus pré-candidatos a vereador na última terça-feira, 18, na sede da agremiação. Ex-prefeito, Roberto Cláudio conduziu o encontro ao lado de José Sarto e das demais lideranças da legenda. À coluna, RC informou que há hoje 52 filiados interessados em concorrer a mandato na Câmara, número que supera o de vagas na composição proporcional.

A expectativa, conforme o ex-gestor, é eleger uma bancada de 14 pedetistas, dos quais quatro seriam mulheres, formando a maior representação feminina do Legislativo. Ainda de acordo com RC, entre os prefeituráveis, Sarto contabiliza o maior contingente de pré-candidatos à vereança no seu arco de partidos aliados: ao todo, são 362 candidaturas.

RC sobre a reforma de Elmano

Outro assunto momentoso, a reforma no secretariado de Elmano de Freitas foi submetida ao crivo de RC. Para ele, a mudança em ao menos nove posições na equipe do petista "foi só para comprovar que a oposição estava certa", uma vez que "todas as áreas em que o grupo alertou que existiam problemas, querendo ou não foram trocadas", numa sinalização de que "as cobranças eram justas e corretas".

Uma delas, continuou Roberto Cláudio, foi "a crise da previdência e a situação fiscal do Estado", além da "questão da violência, que vinha num crescendo sem resposta do governo". Noves fora a alteração no desenho do time com o intuito de corrigir a rota da administração estadual, RC avaliou que se trata de "uma mudança de pessoas, mas não de postura do governo".

 

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