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Vice de Evandro abre disputa na base
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Vice de Evandro abre disputa na base

Entre os litigantes, estão principalmente PSB e PSD, duas das forças mais expressivas no arco de sustentação do Abolição
Tipo Opinião
Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão (PT) (Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo)
Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão (PT)

A corrida pela indicação da vice de Evandro Leitão (PT) na briga pela Prefeitura de Fortaleza abriu uma disputa mais tensa na base do governador Elmano de Freitas (PT). Entre os litigantes, estão principalmente PSB e PSD, duas das forças mais expressivas no arco de sustentação do Abolição. De um lado, o ex-vice-governador Domingos Filho opera para assegurar primazia na ocupação da segunda posição mais importante na chapa encabeçada pelo presidente da Assembleia Legislativa. Do outro, o PSB, partido de Eudoro Santana e do senador Cid Gomes, trabalha para emplacar um nome da agremiação, cuja precedência nesse processo estava fora de qualquer debate até semanas atrás, quando o PSD passou a esboçar interesse de modo mais enfático no posto, colocando suas cartas na mesa - bancada maior na Câmara e fundo partidário mais gordo. A tendência agora é que as lideranças se reúnam para tentar compatibilizar interesses conflitantes, que incluem movimentações noutros municípios, a exemplo de Sobral e Tauá.

Camilo irritado com pressão

Segundo interlocutores, o ex-governador e hoje ministro Camilo Santana (PT) estaria contrariado com a pressão crescente que algumas siglas, notadamente o PSD, têm feito publicamente na queda de braço pela vice. De acordo com essas fontes, os gestos vêm travando conversas sobre o nome mais adequado. Membros da base do governo, contudo, avaliam que o que há até aqui são apenas demonstrações legítimas de integrantes do bloco aliado de olho na vaga da chapa que concorre à sucessão do prefeito José Sarto (PDT). Num caso como no outro, o assunto tem despertado mais paixões à medida que o tempo se afunila e o período das convenções partidárias se aproxima. A preço de hoje, o PSB ainda segue como a legenda a qual caberia apontar a companheira de Evandro na missão de chegar ao Paço. Outros cenários, todavia, já começam a se mostrar interessantes, com o PSD aparecendo como um partido cuja imagem ajudaria a levar a candidatura do deputado estadual mais para o centro.

Lula no palanque de Evandro

Líder do governo Lula na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT) descartou a possibilidade de que o presidente não entre na campanha de Evandro à Prefeitura para preservar a relação com o PDT no âmbito nacional. Dirigente licenciado do partido trabalhista, Carlos Lupi, por exemplo, é ministro da Previdência. A hipótese de que Lula possa não se envolver diretamente na candidatura do ex-pedetista começou a correr após a visita do petista à capital cearense na última semana. Pela discrição com que tratou do tema da eleição municipal enquanto esteve na cidade, e mesmo por declarações de cautela sobre a manutenção de sua base no Congresso, o mercado político se pôs a especular se Lula de fato iria participar da contenda numa cidade onde uma sigla aliada também tem postulante, o prefeito José Sarto. De acordo com Guimarães, porém, esse cenário é implausível. "Nunca ouvi falar disso", relatou à coluna o deputado, um dos apoiadores do nome de Evandro para o pleito de 2024.

Tasso, Ciro e o plano Real

Ex-senador, Tasso Jereissati (PSDB) destacou o papel desempenhado pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) à época da aprovação do plano Real, ainda sob o governo de Itamar Franco, de quem Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda. "Nesta reunião (de apresentação do Real no apartamento de FHC), foi dito que não havia condições políticas para implementar aquele programa. Covas e Ciro disseram: tem que implementar ou vai todo mundo para casa. Nós bancamos na política", contou Tasso durante evento promovido pelo Instituto FHC, em São Paulo, alusivo aos 30 anos do Real. Ainda conforme o tucano, não apenas Ciro e Covas foram cruciais no encaminhamento da agenda de recuperação econômica do país, mas também o PSDB.

 

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