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Candidatos já fazem cálculos para 2º turno
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Candidatos já fazem cálculos para 2º turno

Nos bastidores, as projeções de cenário para um 2º turno avançam, especialmente entre os pré-candidatos Wagner e Sarto
Tipo Análise
Capitão Wagner (União Brasil) e José Sarto (PDT) fazem cálculos de olho no 2º turno (Foto: Yuri Allen (em 26/4/2024) e Samuel Setubal)
Foto: Yuri Allen (em 26/4/2024) e Samuel Setubal Capitão Wagner (União Brasil) e José Sarto (PDT) fazem cálculos de olho no 2º turno

Extraoficialmente, os pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza já fazem cálculos de olho em possível segundo turno na corrida de 2024. O entorno de Capitão Wagner (União Brasil), por exemplo, trabalha com um cenário no qual Eduardo Girão (Novo) abra mão de concorrer ao Paço e declare apoio ao ex-deputado federal ainda nesta etapa inicial do pleito, de modo a se fortalecer. Do lado do prefeito José Sarto (PDT), há expectativa de que Wagner acabe por drenar parte do potencial de votos de Evandro Leitão (PT), dificultando seu crescimento - sim, uma parcela do eleitorado simpático ao petismo se mostra inclinada a considerar Wagner como opção viável na disputa pelo Executivo. Entre interlocutores de Sarto, existe também um entendimento segundo o qual a estratégia de André Fernandes (PL) de crescer subtraindo votos de Wagner pode se revelar um tiro no pé, visto que a base do ex-secretário se distribui em segmentos variados, alguns inclusive lulistas. Para esses "sartistas", em princípio a postulação do nome do União se enquadraria hoje no espectro da centro-direita, e não no bolsonarismo - o que talvez facilite uma aliança na hipótese de um dos dois não avançar.

Jogo de "empurra" com a vice do PT

Num intervalo de poucas horas, lideranças do PT e do PSB emitiram sinais trocados sobre o processo de definição da vice de Evandro Leitão. Durante encontro da legenda no começo da semana, Eudoro Santana - pai do ministro Camilo Santana e dirigente pessebista - advogou que o cabeça da chapa é quem tem de tocar esse trâmite de escolha de nome, e não o PSB ou mesmo o PSD, duas agremiações aliadas que vêm duelando para ocupar o segundo posto mais importante na composição governista. De acordo com o deputado federal José Guimarães (PT), todavia, cabe ao conjunto de partidos que integram o arco de sustentação de Elmano de Freitas indicar um quadro para a vice, e não a um ou outro isoladamente, ainda que seja o PT a capitanear o barco.

Cid evitando Evandro?

Por falar no PSB, a agremiação conduziu uma plenária com Evandro na última segunda em Fortaleza, mas sem a presença do senador Cid Gomes, que apenas dois dias antes havia participado de reunião da sigla em Sobral para oficializar a pré-candidatura de Izolda Cela (PSB) à Prefeitura. Desde que o presidente da Assembleia Legislativa se tornou representante do PT na eleição, não há então qualquer registro de tratativa direta ou indireta entre o ex-governador e o deputado estadual, ao menos não publicamente. Pelo contrário, as agendas da dupla não vêm coincidindo, mesmo quando Camilo está de passagem pelo Ceará - e o ministro tem estado bastante em terras de Alencar. No Abolição, há quem interprete esses movimentos como indício não muito sutil de que Cid está de fato evitando o postulante petista - o que, por enquanto, não é propriamente um problema.

Rodas improváveis no Anuário

Em noite de festa de lançamento do Anuário do Ceará 2024 - 2025, edição cuidadosamente executada por Jocélio Leal e Amanda Araújo, algumas rodas improváveis se formaram em meio ao rumorejar de conversas. Uma delas se deu logo à entrada do bufê, com o atual reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Custódio Almeida e o ex-magnífico, Cândido Albuquerque, numa fraterna e episódica interação. A poucos metros dali, sob o tilintar das taças, Capitão Wagner e José Sarto papeavam animadamente, secundados por aliados de ambos os lados. No meio do salão, à esquerda dos pedetistas que orbitavam o ex-prefeito Roberto Cláudio e à direita de um bloco politicamente mais nuançado, o núcleo do PT se coesionava em torno de José Guimarães e do deputado estadual Francisco de Assis Diniz, entretidos numa conversa à parte enquanto a camerata da UFC brilhava, como de hábito.

 

Foto do Henrique Araújo

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