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Lula ignora PDT e confirma ato pró-Evandro
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Lula ignora PDT e confirma ato pró-Evandro

Só falta definir a data para a participação de Lula de ato no dia 2 de agosto ou no seguinte, dia 3
Tipo Análise
O governador do Ceará. Elmano de Freitas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pré-candidato à prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, e o ministro da Educação, Camilo Santana (Foto: Reprodução/Instagram: Evandro Leitão)
Foto: Reprodução/Instagram: Evandro Leitão O governador do Ceará. Elmano de Freitas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pré-candidato à prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, e o ministro da Educação, Camilo Santana

Peça estratégica nas eleições de Fortaleza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ignorou os apelos do PDT local e nacional para que se mantivesse distante da corrida eleitoral na capital cearense. Segundo interlocutores do petista, trata-se agora apenas de "questão de agenda" para definir se o chefe do Executivo participa de ato no dia 2 de agosto ou no seguinte, dia 3. Líder do governo Lula na Câmara, o deputado federal José Guimarães endossou as informações, antecipando que o evento de oficialização de Evandro Leitão como candidato do PT ao Paço está praticamente assegurado no sábado da semana que vem, quando se espera que Lula seja um dos convidados. Antes, também em conversa com a coluna, o parlamentar já havia descartado totalmente qualquer possibilidade de que o mandatário recusasse estar na convenção somente para evitar diatribes de nível municipal com o PDT de Ciro Gomes e André Figueiredo - o partido, que integra a base lulista, tem assento na Esplanada.

Evandro quer repetir Elmano

A intenção do entorno de Evandro é repetir estratégia adotada pelo bloco governista em 2022, quando a convenção que ungiu Elmano de Freitas como candidato foi o episódio deflagrador de uma operação de transferência de capital de Lula e de Camilo Santana para o então nome governista, cuja largada se deu em patamar até mais baixo do que o demonstrado pelo presidente da Assembleia neste momento. Para catapultar o postulante, esse grupo aposta em uma frente tripartite, com vereadores/deputados em campo, Camilo por fora trabalhando a fusão da própria imagem à de Evandro e, episodicamente, mas com relevância particular, Lula figurando como o fiador de peso. De acordo com membros desse núcleo, contudo, não há dúvida de que o pleito de 2024 é um grande teste de fogo de Camilo. Por duas razões: a costura que chegou a Evandro nasceu na sua mesa; Cid Gomes e o próprio Lula devem ter papel secundário neste ano, diferentemente do que se viu em 2022, quando o presidente era também concorrente e Cid influiu decisivamente no desenho da partida, mesmo jogando parado.

Chá de revelação das vices

A pouco mais de dez dias do fim do período das convenções, os principais candidatos à Prefeitura de Fortaleza fazem mistério sobre suas vices, prometendo transformar o ato de oficialização das chapas em um verdadeiro "chá de revelação", ou seja, um momento em que finalmente se conhecerá a identidade da segunda posição mais importante no bloco que vai para a disputa. Entre idas e vindas, não custa recapitular: atual prefeito, José Sarto (PDT) ainda escuta a base na Câmara para saber se vale manter Élcio Batista (PSDB) no posto ou se acolhe Cláudia Gomes, também tucana; Evandro, por sua vez, está mergulhado naquele dilema que opõe PSD e PSB, cada uma dessas forças com pelo menos dois filiados cotados (há quem diga que o prego vai ser batido entre Luísa Cela e Gabriella Aguiar); Capitão Wagner (União Brasil) mantém-se reticente sobre vice, indicando chances de fechar com um correligionário ou quadro com outro perfil; André Fernandes (PL) é outro concorrente que pode optar pela "chapa-pura".

Casos de família no PP

Grande liderança do PP no Ceará, o deputado federal Antônio José Albuquerque destituiu o próprio pai, Zezinho Albuquerque, da direção da legenda em Fortaleza. Para o seu lugar, disse o parlamentar à coluna, "escolhi uma pessoa minha". Questionado sobre quem seria o substituto no comando da sigla, AJ, como é conhecido, citou apenas o primeiro nome ("Raphael"), repetindo: "É uma pessoa minha". A coluna ainda interpelou se a mudança se relacionava a qualquer divergência quanto a apoios na briga pela sucessão municipal (sabe-se que pai e filho, além de irmã, costumam divergir politicamente), mas não houve retorno.

 

Foto do Henrique Araújo

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