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Vantagem de Evandro e desafio de Wagner, Sarto e André
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Vantagem de Evandro e desafio de Wagner, Sarto e André

A expectativa para a nova fase da campanha que começa hoje com a propaganda no rádio e na televisão e as estratégias de cada candidato
Tipo Análise
NOVA FASE da campanha eleitoral começa hoje com o início da propaganda no rádio e televisão (Foto: Fco Fontenele)
Foto: Fco Fontenele NOVA FASE da campanha eleitoral começa hoje com o início da propaganda no rádio e televisão

Uma etapa decisiva da disputa eleitoral começa hoje com a entrada em cena da propaganda no rádio e na TV. Na briga pela Prefeitura de Fortaleza, Evandro Leitão (PT) detém um naco generoso do tempo: 5 minutos, ou seja, fatia suficiente para apresentar a biografia (o petista ainda é bastante desconhecido) e antecipar seu cardápio de propostas, mas sem descurar das críticas à gestão atual. André Fernandes (PL), por sua vez, deve apostar na recuperação de sua trajetória (com o cuidado de saltar trechos mais controversos), fazendo da pouca idade uma vantagem e da inexperiência, um capital. A dúvida, no seu caso, é se pretende mobilizar já de partida a imagem de Jair Bolsonaro (PL), cujo nome o postulante tem evitado nos debates. Veterano de outros pleitos, Capitão Wagner (União) costuma recorrer a um misto de revisita às suas origens na periferia com uma amostra de seu perfil. À frente do Paço, José Sarto (PDT) é o único candidato cujas peças audiovisuais já têm identidade reconhecível antes mesmo do horário. Trata-se de ativo importante que o pedetista certamente vai explorar nos magros 60 segundos de que dispõe para dar o seu recado.

Cid e Guimarães em disputa

Entre interlocutores do senador Cid Gomes (PSB), soou como provocação o convite feito pelo deputado federal José Guimarães (PT) a que um conjunto de parlamentares de saída do PDT se filie à sua legenda. Pelas redes, o líder do governo Lula na Câmara se referiu à decisão do TSE - que negou recurso no processo de pedido de desfiliação dos 14 deputados, liberando-os para deixarem a sigla - e lhes acenou com o ingresso no PT. Cid, porém, vem se movimentando desde o ano passado para fortalecer o seu grupo no PSB, cuja expansão é uma das prioridades do ex-governador. Até agora, por exemplo, ele tem se dedicado a municípios do interior. De mais significativo em sua agenda por Fortaleza, consta apenas o episódio do adesivo de Evandro que o senador afixou no próprio carro.

A guerra fria no Ceará

Em participação no Debates do Povo, da rádio O POVO CBN, o deputado estadual Guilherme Bismarck, um desses "demissionários" do PDT, tratou com simpatia o gesto de Guimarães, mas deixou claro que seu cortejo de aliados se orienta a partir do diálogo com Cid e Camilo. Ou seja, embora tenha demarcado posição naquele momento, a gentileza do legislador petista deve ter pouca efetividade. Afinal, do bloco de pedetistas, a maior parte mantém vínculos estreitos com o "cidismo", que carece desse reforço para assegurar de vez assento entre os principais competidores do xadrez local. Logo, salvo uma ou outra exceção, a tendência de fato é que esses trabalhistas se abriguem sob o mesmo teto do senador. Enquanto isso, Cid recompõe suas forças e espalha candidaturas mais ligadas a ele que ao partido por prefeituras-chave Ceará adentro.

Alô, Caucaia

Promovido pelo O POVO, o debate com os pretendentes ao Executivo de Caucaia deixou às claras as estratégias de cada participante. Waldemir Catanho (PT), por exemplo, promete uma gestão não quatro, mas cinco vezes mais forte: com Camilo, Elmano, Lula, Luizianne Lins e o aspirante, na hipótese de vitória - se houver cadeira livre, inclua-se o prefeito Vitor Valim (PSB). Coronel Aginaldo (PL), por seu turno, reedita em seu discurso a cartilha bolsonarista de 2018, repleta de temas-"espantalho", tais como aborto, maconha, ideologia de gênero e quejandos - faltou apenas a famigerada "mamadeira"... Emília Pessoa (PSDB), finalmente, tem diante de si a dura missão de desfazer esse ensaio de polarização que se anuncia no município da Região Metropolitana.

 

Foto do Henrique Araújo

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