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Evandro cresce e anula vantagem de André
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Evandro cresce e anula vantagem de André

O que se viu no Datafolha reflete largada mais consistente de Evandro, que não apenas conseguiu reduzir vantagem do adversário, como conclui a primeira semana produzindo fato positivo num momento de batalha pela atração de apoiadores
Tipo Análise
ANDRÉ Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) partem empatados tecnicamente neste 2º turno (Foto: Rômulo Santos / Especial Para O POVO e Fernanda Barros/ O POVO)
Foto: Rômulo Santos / Especial Para O POVO e Fernanda Barros/ O POVO ANDRÉ Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) partem empatados tecnicamente neste 2º turno

Entre o fim do 1º turno e o início do 2º na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes (PL) passou de 40% dos votos válidos para 47% das intenções de votos, enquanto Evandro Leitão (PT) saltou de 34% para 45%, segundo pesquisa do Datafolha contratada pelo O POVO. Mesmo grosseira, essa comparação permite alguma estimativa de crescimento nesta etapa decisiva. Nela, o petista mobilizou apoios importantes, entre os quais o de vereadores do PDT e de outras legendas, mas sem comprometer a agenda de rua, que se completa hoje com um comício ao lado de Lula (PT). Já André, seja porque centralize mais as ações de campanha, seja porque lhe falte um articulador de peso, deixou-se tragar pelas costuras partidárias, sem reservar qualquer fatia de tempo para se apresentar ao eleitorado, a fim de ampliar sua dianteira obtida no domingo passado. O que se viu no Datafolha, então, reflete largada mais consistente de Evandro, que não apenas conseguiu reduzir vantagem do adversário, como conclui a primeira semana produzindo fato positivo num momento de batalha pela atração de apoiadores. Logo, a imagem que se projeta é a de que ele se movimenta mais e com mais resultados do que o candidato do PL.

Datafolha: alívio no QG petista

Dito isso, cumpre informar que o resultado do Datafolha foi bastante festejado dentro do quartel-general de Evandro, que pode finalmente respirar com algum alívio. Desde o domingo, 6, havia entre correligionários do deputado estadual e demais integrantes do bloco "evandrista" o receio de que André pudesse ter aproveitado a passagem ao 2º turno na frente do placar para ampliar ainda mais a diferença, impondo ao petista, já de saída, uma distância numérica que seria difícil de sanar no curso da eleição - considerando-se inclusive certa dificuldade do representante do PT nos enfrentamentos diretos com o oponente. Caso o levantamento de ontem tenha de fato capturado o humor do fortalezense, o cenário se mostra mais favorável a Evandro do que se supunha neste começo de corrida, com anúncio de adesões, compromissos diários pela cidade e evolução nas projeções de voto. O fato de que o entorno do presidente da Assembleia estivesse apreensivo, contudo, só revela que a guerra pela sucessão em Fortaleza já está marcada por um elemento de imponderabilidade. O estreitamento dos números apresentado pelo Datafolha apenas explicita esse feroz equilíbrio de forças.

Sarto e a neutralidade

Atual prefeito da capital cearense, José Sarto (PDT) anunciou ontem que se manterá neutro no 2º turno em Fortaleza. Trata-se de postura esperada se se tiver em conta o histórico de degradação vertiginosa das relações ente PDT e PT desde 2022, quando as duas legendas romperam aliança. Dentro da sigla de Camilo Santana e Elmano de Freitas, no entanto, havia mesmo quem acalentasse uma nesga de esperança de que o gestor municipal retribuísse gesto de 2020, quando petistas se alinharam ao então candidato trabalhista contra Capitão Wagner, que perderia a refrega por um percentual mínimo.

Tasso e o PDT

Um interlocutor de Tasso Jereissati (PSDB) fez chegar à coluna que é rematadamente fora de propósito a hipótese segundo a qual o ex-senador teria entrado em campo para convencer o PDT a apoiar Evandro Leitão - menos pelo deputado em si e mais pelo rumoroso episódio de dois anos atrás, quando Camilo manobrou, via Chiquinho Feitosa (então dirigente estadual tucano e hoje no Republicanos), para afastar o partido social-democrata da chapa encabeçada por Roberto Cláudio (PDT) ao Governo do Estado em 2022.

 

Foto do Henrique Araújo

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