Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Com um quadro de empate técnico renitente, a tendência observada é de que o próximo prefeito seja escolhido por fração mínima de votos, a se considerar como precisos os dados revelados até aqui pelos institutos de pesquisa
A uma semana da votação no 2º turno, André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) intensificam a mobilização de apoios locais e nacionais, numa disputa cujas fronteiras já se estenderam para muito além de Fortaleza. A corrida pelo Paço opõe hoje forças bolsonaristas e lulistas, mas também atores políticos de peso situado no campo do município, a exemplo de Roberto Cláudio (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil), ambos pró-André, e Elmano de Freitas e Luizianne Lins, engajados na campanha do correligionário petista.
Com um quadro de empate técnico renitente, a tendência observada é de que o próximo prefeito seja escolhido por fração mínima de votos, a se considerar como precisos os dados revelados até aqui pelos institutos de pesquisa. Daí, por exemplo, a importância da entrada de RC na briga, fazendo o pêndulo da base de José Sarto oscilar a favor do candidato do PL - pelo Datafolha, esse segmento pendia mais para o nome do PT antes da adesão do ex-prefeito ao jovem deputado federal.
O quadro deve seguir aberto até o dia 27/10, quando de fato se saberá quem é o sucessor do atual gestor pedetista. Esse elevado grau de incerteza quanto a qualquer indicativo de resultado é sintomático de uma eleição que se deu em marcos repletos de simbolismo, da dupla de debutantes em majoritárias enfrentando-se nas urnas até a nacionalização da corrida num grau talvez sem precedentes desde a redemocratização.
Na capital cearense, neste momento, estão sendo jogados os dados de 2024 e 2026, com os blocos governista e oposicionista costurando seus arranjos políticos diante de um novo cenário, qual seja, o da composição entre a ala pedetista mais ligada a Ciro Gomes/RC e a oposição à direita ao senador e ministro Camilo Santana (PT), liderança máxima do grupo ora em expansão no estado. Qualquer que seja o veredito do eleitor no domingo, o balanço das alianças no Ceará terá de ser refeito, quer pela consolidação do poderio "camilista", quer pela vitória de um protagonista capaz de conduzir o seu grupo na tarefa de fazer frente ao petista.
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