Cid "derruba" Fernando e impõe derrota ao PT, Guimarães e Elmano
Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Cid "derruba" Fernando e impõe derrota ao PT, Guimarães e Elmano
Entre sábado passado e hoje, lideranças do PT se alternaram na defesa de Fernando Santana, entre as quais Francisco de Assis Diniz e José Guimarães
O senador Cid Gomes (PSB) venceu queda de braço importante com o PT pela escolha do nome para presidir a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Menos de uma semana depois de o pessebista ameaçar romper com o governo de Elmano de Freitas (PT), o deputado estadual Fernando Santana (PT) anunciou que “abriria mão” de concorrer à cadeira de chefe da Casa.
Em seu lugar, o mais cotado é Romeu Aldigueri (PDT), atual líder do Abolição, embora tudo possa mudar da noite para o dia.
De acordo com Fernando, a intenção do gesto, levado a cabo após “algumas ponderações” e no “atual contexto”, é garantir a “manutenção da aliança coesa e forte”.
Em bom português: o petista, cujo principal fiador era Elmano, desistiu da candidatura por pressão de Cid.
Até algumas horas atrás, sua postulação era “prego batido e ponta virada”, e qualquer hipótese de recuo era interpretada como uma “desmoralização” inaceitável para o governador.
Entre sábado passado e hoje, lideranças do PT se alternaram na defesa do aliado, entre as quais Francisco de Assis Diniz e José Guimarães, deputado estadual e deputado federal, respectivamente.
Para ambos, a candidatura do correligionário à presidência da Alece era “irreversível”. Como se vê agora, não era.
Por que Fernando caiu?
Primeiro, porque era ponto inegociável de Cid. Ou o PT abdicava da indicação, considerada por ele como excesso de poder nas mãos de um único partido, ou o senador desfazia relações com o Executivo. Deu Cid, e as razões para que tenha prevalecido nesse embate direto ainda precisam ser analisadas.
Verdade que o ex-governador contou com a ajuda prestimosa do ministro Camilo Santana (Educação), que operou nos bastidores para chegar à solução encontrada, ou seja, dissuadiu Elmano e Fernando da viabilidade de seguir na disputa, sob risco de causar uma fissura à base.
Resta saber se Camilo também convenceu o PT (leia-se, Guimarães, De Assis etc.) de que a retirada do deputado da jogada não ficaria tão feio depois de todo o latim gasto a seu favor. Caso contrário, é possível que o governo e o ministro tenham apenas trocado uma crise por outra.
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