O dia seguinte de Cid após implodir a candidatura de Fernando
Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
O dia seguinte de Cid após implodir a candidatura de Fernando
Até agora, o ex-governador se conservou mais distante dos estilhaços do explosivo cuja detonação lhe coube, pouco mais de uma semana atrás
Menos de 24 horas depois de implodir a candidatura de Fernando Santana (PT) ao comando da Assembleia Legislativa (Alece), o senador Cid Gomes (PSB) estava nos ares, a caminho da Alemanha, onde cumpre agenda.
De lá, só pode saber pelos jornais dos desdobramentos da pressão mantida por ele e que havia feito o deputado petista abrir mão da disputa pela presidência da Alece.
Em seu lugar, assumiu Romeu Aldigueri, líder do governo de Elmano de Freitas (PT), de saída do PDT e com destino previsto para o PSB – ao menos por enquanto.
Até agora, o ex-governador se conservou mais distante dos estilhaços do explosivo cuja detonação lhe coube, pouco mais de uma semana atrás.
Para seguir com a imagem, Cid lançou a granada e escapou pela tangente, assistindo de (muito) longe ao clima de barata voa que se instalou no Abolição de lá para cá.
Para um interlocutor do governo Elmano, o assunto está superado, com as peças gradativamente voltando ao seu lugar.
Segundo outro, mais pessimista, de quem ouvi a expressão “o leite azedou” (minha avó diria que talhou), o gênio não deve retornar para a garrafa.
Dito de outro modo: a ameaça de rompimento pôs as relações entre Cid e o petismo em outro patamar, acelerando o jogo por 2026, tanto no que diz respeito à sucessão do governador quanto à briga pelas cadeiras no Senado.
Um terceiro, dado a certos exageros, plantou ainda uma pulga atrás da orelha ao perguntar se de fato Cid teria de romper com Camilo e o PT para se lançar candidato ou se haveria algum cenário no qual o pessebista seria considerado como alternativa do bloco sem necessariamente pular fora do barco governista.
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