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Sarto desfaz principal marca de sua gestão
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.

Sarto desfaz principal marca de sua gestão

A reformulação da festa, então, que passou de três para apenas um dia, é um tiro no pé, naturalmente
SARTO durante evento de anúncio do Réveillon (Foto: João Filho Tavares)
Foto: João Filho Tavares SARTO durante evento de anúncio do Réveillon

Desde novembro ou mesmo antes, já se sabia que a manutenção do formato atual do réveillon de Fortaleza, uma inovação bem-vinda do prefeito José Sarto (PDT), demandaria uma articulação maior.

Isso evidentemente poderia ter sido encaminhado lá atrás, de modo a evitar os prejuízos tanto para o fortalezense, que mantinha expectativas em relação à data, quanto para o circuito turístico – sem falar na cadeia de pequenos negócios afetada pela decisão de desmantelar a grade, deixando de fora as principais atrações.

A reformulação da festa, então, que passou de três para apenas um dia, é um tiro no pé, naturalmente.

Por duas razões: mais que o “tijolinho” do qual o candidato à reeleição se orgulhava, era o réveillon de três dias a principal marca do governo de Sarto, desfeita agora por obra do chefe do Paço.

A outra é que o movimento do prefeito tende a respingar em seus aliados, entre os quais Roberto Cláudio e parte do secretariado que ainda tenha pretensões políticas.

Afinal, o grupo pedetista que se agrupa em torno de RC, Sarto e Ciro Gomes deve ter ambições eleitorais para além de 2024, a despeito dos reveses nas urnas deste ano e dos de 2022.

O perigo, portanto, é municiar adversários a tal ponto que não haja qualquer dificuldade para fazer prosperar a tese do desmonte e da herança maldita – muito por conta do lixo que se acumula e do aparente clima de barata boa que tem se espalhado com facilidade no Palácio do Bispo, algo semelhante ao desfecho da era Juraci Magalhães.

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