Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Um dos nomes apontados seria o de Domingos Neto, deputado federal cujo pai é Domingos Filho, dirigente estadual do PSD e titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico
Legenda hoje mais fortalecida na base do Governo do Estado, o PSD começa a sondar internamente possibilidades para 2026, uma das quais é indicar a vice de Elmano de Freitas (PT) caso o chefe do Abolição concorra a novo mandato. Um dos nomes apontados seria o de Domingos Neto, deputado federal cujo pai é Domingos Filho, dirigente estadual do PSD e titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE).
Irmão de Gabriella Aguiar, vice de Evandro Leitão (PT) na Prefeitura de Fortaleza, o parlamentar é atualmente o político de maior expressão da família Aguiar, da qual faz parte ainda a prefeita de Tauá, Patrícia - esposa do secretário e mãe de Gabriella e Domingos. A cadeira de vice, no entanto, deve abrir uma corrida na chapa daqui a um ano, com mais de um interessado no posto.
Outra agremiação de olho no assento é o PSB de Cid Gomes, que pode ceder o lugar no Senado para facilitar a acomodação de interesses no arco "elmanista". Em troca, ganharia o poder de encaminhar um quadro para a segunda posição mais importante do bloco. Entre cidistas, um Ferreira Gomes tem sido lembrado: Ivo, ex-prefeito de Sobral. E quanto a Jade Romero (MDB), vice de Elmano e personagem de relevo, sobretudo depois das eleições de 2024? Seu destino pode ser a Câmara Federal, embora não se descarte a sua permanência na vice-governadoria.
Oposição sem nomes
Do lado adversário, as dificuldades são de outra ordem: encontrar um candidato competitivo para 2026. Roberto Cláudio (PDT) deve priorizar vaga na Câmara, enquanto Capitão Wagner (União Brasil) tende a procurar o mesmo destino. Tasso Jereissati (PSDB) desempenha hoje papel mais de articulação nos bastidores.
O ex-prefeito José Sarto (PDT) não é levado em conta, especialmente após o revés do ano passado. O deputado federal André Fernandes (PL), a despeito do sucesso nas urnas, não tem idade para postular o Executivo estadual. A passagem de Eduardo Girão (Novo) pelo Senado não é propriamente exitosa. Sobrou quem? Glêdson Bezerra (Podemos), prefeito de Juazeiro do Norte numa coalização partidária cuja montagem pode inspirar lideranças na briga contra o grupo do ministro Camilo Santana (PT).
Cabeto no ataque
Ex-secretário da Saúde durante a pandemia de Covid, o médico Cabeto voltou a cobrar explicações de Camilo, Elmano e Evandro sobre a extinção da Funsaúde, idealizada por ele quando à frente da Sesa. Em entrevista ontem à rádio O POVO CBN, Cabeto disse que o trio não apresentou um motivo "à sociedade sobre por que foi gasto recurso em um ano e meio de planejamento e contratação de consultorias nacionais para executar esse processo, e em menos de uma hora isso foi votado na Assembleia e extinto".
De passagem, Cabeto criticou a reformulação no Hospital Universitário do Ceará. "O HUC foi desenhado para ter emergência de porta aberta em todas as especialidades, até porque é um hospital de ensino, com trauma, cirurgia geral, cardiologia, clínica médica, ginecologia, obstetrícia", declarou, acrescentando: "Já soube que não vai funcionar assim. Acho que há um equívoco na formatação do que tem sido apresentado".
A arca de Evandro
De bolsonaristas a psolistas, de petistas a ex-tucanos, de "sartistas" arrependidos a pedetistas recém-convertidos, representantes da fauna política local têm encontrado guarida na administração de Evandro, o que até se pode tomar como evidência da capacidade de diálogo do novo prefeito - ou, por outro lado, como síntese de uma inconsistência programática, talvez.
Petista de primeira viagem, o chefe do Paço está conduzindo equipe de perfil ideológico heterodoxo e sob cujo teto estão abrigados Márcio Martins (União Brasil) e Antônio Conin Filho (dirigente estadual do PT). A ver no que essa experiência vai dar.
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