Evandro deve viajar atrás de recursos; Gabriella assume
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Evandro deve viajar atrás de recursos; Gabriella assume
A previsão é que a viagem dure 10 dias, período que a vice assume. Evandro vai Suécia e Emirados Árabes, atrás de recursos
Foto: JÚLIO CAESAR
FORTALEZA-CE, BRASIL, 04-02-2025: Visita do prefeito de Fortaleza Evandro Leitão (PT) ao jornal O Povo. (Foto: Júlio Caesar/O Povo)
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O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), deve fazer nos próximos dias uma viagem internacional atrás de captar recursos para a gestão, cujas contas estão com dificuldades. O destino provável do petista é Suécia e Emirados Árabes. Lá, o gestor pretende assegurar apoios dos dois países a projetos na capital cearense, hoje às voltas com dívidas herdadas do antecessor no cargo, José Sarto (PDT).
Evandro estima ficar fora do Brasil por cerca de dez dias, período durante o qual a vice-prefeita Gabriella Aguiar (PSD) assumiria a administração. Caso se confirme a agenda, será a primeira vez, nesses quase três meses de governo, que a vice eleita em 2024 passará ao comando do Paço. Os movimentos do chefe do Executivo se dão também a partir da necessidade de alavancar ações de um programa que foi vitorioso nas urnas, mas para o qual a margem financeira e fiscal tem sido estreita.
Cerca de um mês atrás, por exemplo, a nota de Fortaleza caiu de B para C em relação a sua capacidade de pagamento, analisada pelo Tesouro Nacional. Esse "downgrade", digamos assim, incide sobre o planejamento esboçado para o ano ao inviabilizar quaisquer tomadas de empréstimo. Em termos políticos, o impacto é considerável para alguém cuja imagem está se firmando. Daí o périplo Brasil afora.
Foto: Evaristo Sá/ AFP
Presidente Lula estará no Ceará no feriado de São José
Lula no Ceará
A dúvida sobre a data exata da viagem de Evandro se justifica: depois de dois adiamentos, o presidente Lula parece ter batido o martelo sobre sua visita ao Ceará. Anunciada ontem pelo governador Elmano de Freitas (PT), a presença do petista está prevista para o próximo 19 de março, dia de São José, padroeiro do Estado. Lula virá à Capital, conforme o chefe do Abolição, para participar da inauguração do Hospital Universitário do Ceará (HUC), no campus do Itaperi da Uece.
A se cumprir de fato, não se trata de um evento trivial a qual Evandro possa facilmente faltar - até pode, mas não conviria, mesmo porque está fora do radar um novo compromisso local de Lula antes das eleições. A entrega da unidade, cantada em prosa e verso pelo governador, é vital para o empreendimento eleitoral. Afinal, quais as marcas do petista até aqui? Uma é a decisão política de fazer um enfrentamento às facções - se está obtendo sucesso, são outros quinhentos. Outra é o hospital, que tende a se converter em vitrine na campanha.
Censura ou autocensura?
Ainda está por se explicar a exclusão de dois livros infantis ("Alfrabeto", de Georgiana Neves Moreno Silva, e "E o medo, que medo tem?", de Ana Paula Marques) dos kits enviados para escolas da rede municipal de Fortaleza, em meados de fevereiro, mas só agora tornada pública. Oficialmente, alegar-se "discrepância" na distribuição soa como desculpa, sobretudo pelo contexto, isto é, quando se sabe que as obras casualmente retiradas de circulação correspondem àquelas que se tornaram alvo de uma parlamentar bolsonarista.
À coluna, uma fonte relatou ter havido, na verdade, ação deliberada de técnicos da gestão para eliminar os dois livros do pacote, que chegaria às mãos de professoras com dez volumes, e não com os doze previstos no programa "Paic - Prosa e Poesia". Há registro de imagem, inclusive, de supostos kits violados, nos quais faltam as histórias em cuja leitura Silvana Oliveira (PL) identificou "mensagem subliminar".
Sem resposta
Essa mesma fonte (sua identidade é resguardada por receio de represálias) acrescentou que a "censura aos livros" - nas suas palavras - seguiu-se a uma reunião entre membros da pasta responsável pela área e que, nesse momento, já se estava a par dos ataques da deputada aos trabalhos das autoras. A coluna fez contato com a Secretaria Municipal da Educação (SME) no dia 10, por mensagem no WhatsApp e email, e de novo no dia 11, mas não houve retorno até agora. O espaço está aberto a manifestações da Prefeitura.
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