Coletes da PF, fuzis e carro alugado em Fortaleza: quadrilha invade fazenda de Eunício
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Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Coletes da PF, fuzis e carro alugado em Fortaleza: quadrilha invade fazenda de Eunício
Às 23h30 de um dia no final de abril, os veículos SUV blindados e caracterizados como viaturas da Polícia Federal estacionaram na fazenda
Foto: Divulgação / Reprodução de vídeo
Captura de vídeo mostra carro usado na ação contra Eunício Oliveira
Divididos em três carros, nove homens vestindo colete da PF e usando fuzis AR-15 e pistolas automáticas renderam seguranças e o gerente de uma fazenda em Goiás de propriedade do deputado federal e ex-senador Eunício Oliveira, do MDB do Ceará.
Não procuravam dinheiro, tampouco um cofre, mas o “chefe”, como relata fonte que acompanha as investigações conduzidas pela polícia do estado. Nenhum objeto de valor do imóvel foi roubado.
Tudo se passou em pouco tempo. Às 23h30 de um dia no final de abril, os veículos SUV blindados e caracterizados como viaturas da Polícia Federal estacionaram na fazenda. Deles saltaram os membros encapuzados da organização criminosa.
Fingindo-se agentes federais, inclusive com distintivos, abordaram os seguranças e, em seguida, o responsável pelas terras. “Insistiam para ir até o chefe”, conta a fonte à coluna. Segundo ele, não citaram em nenhum momento o nome do deputado Eunício.
“Não queriam nada e não levaram nada. Só queriam saber onde era a casa principal e onde estava o chefe”, acrescenta.
A esta altura, todos os alarmes da propriedade, controlados de Brasília, já haviam sido disparados, alertando o parlamentar e sua equipe, que acionaram as forças policiais estaduais.
“Cortaram todos os cabos de entrada na central da região. E aí eles entraram na casa sede”, narra a fonte.
Uma vez dentro do imóvel, foram conduzidos diretamente para o quarto onde o deputado se acomoda com a família quando está no local. Eunício não havia passado o dia na região, porém. Estava fora, em Brasília.
“Quebraram a porta, mas não tinha ninguém, aí foram embora”, diz o interlocutor.
Depois disso, abandonaram os veículos nas proximidades. Antes, conforme a apuração preliminar instaurada em Goiás, lavaram os carros com espuma para retirar resquícios de digitais, um dos cuidados que tiveram para evitar identificação.
Outro foi trocarem de placa, entre Brasília e a fazenda, “ao menos quatro vezes, sem nenhuma digital deixada”.
A hipótese da PF é de que o grupo integra uma facção criminosa do Ceará. Um elemento reforça a tese: um dos automóveis usados na ação foi alugado de uma empresa em Fortaleza, com endereço no Centro.
O deputado Eunício Oliveira foi procurado pela coluna para comentar o episódio, mas preferiu não se manifestar.
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