Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
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Ao ler na imprensa sobre a confirmação de que o prefeito eleito de Orós, Simão Pedro (PSD), 43 anos, vai assumir o cargo no próximo dia 1º de janeiro de 2025 e no dia seguinte renunciar ao mandato para assumir uma vaga aberta na Assembleia Legislativa, ocorreu-me a lembrança do ex-deputado federal, Luiz Flávio Gomes, jurista, que defendia o limite para mandatos parlamentares - evitando assim eleições seguidas e o fazer das sucessivas eleições, ou seja, da política, uma profissão, bem como argumentava a necessidade de outras mudanças na Constituição e leis afins.
O plano do prefeito eleito de Orós que registrou a mãe dele, Tereza Cristina (PSB) como candidata a vice-prefeita, coloca tudo em família. Simão Pedro (PSD), que é suplente de deputado estadual, vai exercer o cargo na Assembleia Legislativa e a mãe, Tereza Cristina (PSB), será a gestora.
Em reportagem no UOL, Simão Pedro revelou que mesmo que a deputada estadual, Gabriella Aguiar (PSD), eleita em segundo turno vice-prefeita de Fortaleza, tivesse sido derrotada, ele pretendia renunciar e concorrer à uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026 e justificou a manobra afirmando que filho e mãe, juntos, só iriam trazer benefícios para o município.
Simão Pedro assegurou ainda que "ninguém foi enganado" com a decisão dele, ou seja, assumir a Prefeitura e renunciar em seguida, pois eleitor e lideranças locais sabiam do projeto dele.
A família de Simão Pedro conhece de perto a Prefeitura de Orós. Ele já foi gestor municipal em dois mandatos (2013 a 2020) e a mãe dele, uma vez - 1993 a 1996. O pai, Luiz Pequeno, já foi prefeito por dois mandatos (1971 a 1973 e 1983 a 1988).
Aqui não se discute se mãe e filha foram ou não bons gestores, mas a manobra premeditada quando do registro da candidatura, ou seja, um drible no eleitor. Isso pode, Arnaldo? Com certeza, se a decisão dele for mantida a oposição deverá ingressar com ação judicial.
Para o parlamento, existe certas liberdades. Um deputado, por exemplo, concorre a uma vaga no Executivo e caso seja derrotado mantém a sua cadeira no Legislativo. Isso não deveria ser mudado?
Até o momento o que se tem é a barreira que pode ser imposta pelo voto popular, isto é, a derrota eleitoral. Afora esse limite, assistimos candidatos que, praticamente, se perpetuam no poder - vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. Mandatos de pais que passam para filhos ou para outros parentes, como se estivessem protegidos por uma cláusula típica de uma monarquia.
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