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A velha ferrovia hoje atrasa as cidades
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Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito

A velha ferrovia hoje atrasa as cidades

Os trens foram embora, mas os trilhos ficaram. No entorno das antigas estações de trem, nos centros urbanos, e nas áreas rurais, os municípios não podem construir obras (edificações para fins culturais e de lazer). Os terrenos estão ociosos
Fronteiras da cidade de Fortaleza (Fortaleza e Caucaia), Na foto: Estação Ferroviária que faz divisa entre Fortaleza e Caucaia, Foto: Edimar Soares, em 22/02/2011 (Foto: EDIMAR SOARES)
Foto: EDIMAR SOARES Fronteiras da cidade de Fortaleza (Fortaleza e Caucaia), Na foto: Estação Ferroviária que faz divisa entre Fortaleza e Caucaia, Foto: Edimar Soares, em 22/02/2011

A linha ferroviária Sul (Fortaleza a Crato) que levou o crescimento de cidades do interior cearense, ao transportar mercadorias e pessoas com maior rapidez e em maior quantidade ao longo do século XX, considerada o motor do desenvolvimento do sertão, hoje, é razão de atraso e impedimento de novas obras de requalificação urbana.

Após o processo de privatização da antiga empresa estatal Rede Ferroviária Federal (RFFSA), na década de 1990, abriu-se possibilidade para aquisição de imóveis não operacionais por parte de Prefeituras e em alguns casos até por particulares. Outros imóveis (estações) foram cedidos aos municípios por termo de cessão de uso.

No século XXI, algumas estações de trem foram restauradas, mas outras, não. Bens imóveis não-operacionais foram transferidos para a União. Bens operacionais transferidos para o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Concessionárias privadas assumiram a ferrovia: Companhia Ferroviária do Nordeste e posteriormente a Transnordestina Logística.

De Fortaleza ao Crato, a Linha Sul tem cerca de 600km de extensão e corta 15 cidades. O transporte de passageiros foi desativado em 1988 e em 2013, ocorreu o fim dos trens de carga.

Os trens foram embora, mas os trilhos ficaram. No entorno das antigas estações de trem, nos centros urbanos, e nas áreas rurais, os municípios não podem construir obras (edificações para fins culturais e de lazer). Os terrenos estão ociosos. Até fazer novas passagens de nível ante o crescimento das cidades, é preciso ter autorização que demora meses.

Os trilhos que trouxeram o crescimento dos negócios e dos centros urbanos, a exemplo de Iguatu, cidade que se tornou polo regional, graças à chegada da ferrovia em 1910, atualmente, atrasam o desenvolvimento dos centros urbanos. É hora dos gestores municipais dessas 15 cidades se unirem e encontrarem com o governo federal uma saída. Afinal, por essa linha Sul, o trem não deve mais circular e por que não ocupar esses terrenos?

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