
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
O ano de 2025 pode entrar para a história da medicina no Ceará, e em outros estados, como um marco em que médicos recém-formados encontram dificuldades para obter vaga no serviço público, particular e em plantões, que sempre foram a porta aberta de para esses profissionais.
Para os novos médicos, a frase repetida, por professores ou colegas formados, era "comece por plantões, já vai ganhando um dinheirinho", ou "Prefeituras do interior estão procurando médicos".
Quem recebeu o diploma em dezembro e em janeiro deste ano já encontrou realidade diferente, pelo menos no Centro-Sul e Sul cearenses. O programa Mais Médico, iniciativa do governo federal, promove seleção para os profissionais ocuparem vagas nas unidades básicas de saúde, limitando a tradicional indicação livre e política dos gestores.
No Brasil, cerca de 45 mil médicos são formados por ano e, no Ceará, a estimativa é de 1.100 profissionais em 19 faculdades, 15 delas no interior, revelando interiorização do ensino de Medicina, que até pouco tempo estava restrito a Fortaleza. E, mais posteriormente, aos dois núcleos urbanos mais desenvolvidos do sertão cearense, Sobral e Juazeiro do Norte.
A tendência de abertura de mais cursos de Medicina segue livre. É a busca do lucro por instituições mais empresariais do que educacionais. Resumo do quadro clínico: começa a sobrar médicos e faltam vagas. O remédio apontado é a busca de especialização, por meio de cursos de residência ou especialidades rápidas.
Na capital, essa realidade parece ocorrer há algum tempo, daí a explosão das chamadas clínicas populares, que não se limitam mais a psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e dentistas.
No interior, as clínicas populares, em espaços de laboratórios ou em salas comerciais, começam a aparecer, com ofertas de exames e de consultas a preços diferenciados, em que pese a falta de qualidade na maioria das vezes.
A situação tende a piorar, porquanto falta ao Brasil uma política de temporariamente suspender ofertas de cursos universitários em que há nítido excesso de profissionais. Diagnóstico final: jovens desempregados, tristes, ansiosos, pais preocupados e todos angustiados.
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