
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
O início da sangria do açude Orós, inicia na noite do último sábado (26), pôs fim a uma polêmica entre a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) sobre o real volume do reservatório, inaugurado em 1961, pelo então presidente do Brasil, Juscelino Kubistchek.
Localizado em município homônimo, na região Centro-Sul cearense, o açude Orós oficialmente recebeu a denominação do ex-presidente construtor do reservatório, que antes do Castanhão, era o maior do Ceará, e é um dos maiores do Brasil.
A sangria do Orós espalhou uma onda de alegria, embora a quantidade de água que ainda escorre sobre o sangradouro reduz-se a uma fina lâmina de água, mas é a prova final de uma polêmica que se arrasta desde 2015.
Há seis anos, a Cogerh realizou um estudo de batimetria no Orós e indicou medições diferentes em mais de 10% do volume apresentado pelo Dnocs, que mantém as medidas originais de suas réguas. É uma diferença muito significativa, porquanto o volume do Orós é expressivo, em torno de 2 bilhões de metros cúbicos de água.
Em 17 de abril passado, o Dnocs apontava um percentual de 98,26% no volume do açude Orós, enquanto que a Cogerh, por meio do Portal Hidrológico, assinalava 87,63%, uma diferença de 10,63 pontos percentuais.
Quem estaria certo? A quadra chuva atual encontrou o Orós com bom nível, isto é, 59%, segundo o Portal Hidrológico do Ceará. As chuvas vieram e fizeram a sua parte, ainda que na última hora, pois a partir de agora as cheias dos rios e riachos tende a reduzir robustamente.
Nos últimos dias, anteriormente a data fatal de sangria, a Cogerh registrava recarga diária do Orós em torno de 0,2%, mas na véspera de ocorrer o transbordamento, os dados no Portal Hidrológico saltaram para uma tomada de água de 5,640% e em seguida um reajuste de 5,54%.
Os números registrados nos dias 26 e 27 de abril último revelam uma clara manobra de correção de um grave erro que se evidenciava ante a aproximação da sangria do Orós sob os olhos de técnicos, autoridades e da população em geral, cuja maioria desconhece essa polêmica.
Fica evidente o erro por parte da Cogerh e fica a indagação: e nos demais reservatórios federais ou estaduais, onde foram realizadas batimetrias, os dados estão corretos?
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.