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Sonhos interrompidos
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

Sonhos interrompidos

Como um meio social, o futebol pode ser uma rede de apoio para a reconstrução de um Estado que já teve 345 dos seus 497 municípios atingidos pela enchente
Tipo Opinião
05.05.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Sobrevoo em Canoas, Canoas - RS. (Foto:  Ricardo Stuckert / PR)
Foto: Ricardo Stuckert / PR 05.05.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Sobrevoo em Canoas, Canoas - RS.

Seria incongruente com a história desta coluna, que, em breve, completará três anos no ar, se o espaço nesta semana fosse dedicado somente para falar sobre a derrota do Fortaleza diante do JC Amazonas, por 2 a 1, pelo Brasileirão Feminino A2, ignorando sonhos que são interrompidos no Rio Grande do Sul, com enchentes que já afetaram 345 dos 497 municípios gaúchos, de acordo com a BBC

Ver "sonhos" se esvaírem na sua frente é algo comum na vida de pessoas envolvidas com futebol, seja pela recusa em uma "peneira", quando se tenta ser atleta, ou pelo título mais ganho da história sendo perdido nos últimos minutos, para a perspectiva de um torcedor. Mas há "sonhos" e sonhos.

Sempre haverá, por exemplo, novas peneiras a se tentar e novos campeonatos a se buscar. Sempre haverá o amanhã e, neste espaço, inúmeras vezes foi falado sobre como as perspectivas de sonhos, até mesmo para mulheres no meio do futebol, está crescendo, ainda que lentamente.

Ver, no entanto, sua casa e seus pertencentes, conquistados com luta e suor, serem tomados por uma catástrofe é uma dor que transforma em algo irrisório o sofrimento futebolístico, porque o que se vai com a água deixa milhares de pessoas sem perspectiva de futuro. O que será o amanhã de quem está passando por essas enchentes e ficando sem nada? É por esse questionamento que esta coluna não poderia ser nada mais do que sobre os sonhos que são interrompidos e arruinados hoje no Rio Grande do Sul. 

Sempre citei o quanto o futebol é um meio social e, neste momento, pode assim se revelar mais uma vez. Além das ações dos times gaúchos, incluindo as equipes femininas, é de se torcer para que o futebol seja uma rede de apoio, como já foi inúmeras vezes.

Se a CBF não tem a sensibilidade de sequer adiar por uma rodada um campeonato (e é de se apontar que também não tenha organização para fazer isso), que se aguarde que, pelo menos, a visibilidade do torneio seja utilizada para arrecadar mantimentos e doações que serão precisos para que praticamente todo um Estado se reconstrua.

Os leitores interessados em se juntar a essa corrente podem estar fazendo doações para o SOS Rio Grande do Sul, do governo do Rio Grande do Sul, e procurando outras entidades oficiais (como, por exemplo, a CUFA) para dirigir a doações de mantimentos, remédios, roupas e outros tipos de donativos. 

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