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O direito de jogar bola, ter licença para criar e acolhimento para maternar
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

O direito de jogar bola, ter licença para criar e acolhimento para maternar

Fifa dá passo importante ao salientar direito à licença-maternidade para jogadoras e treinadoras, mas mercado futebolístico precisa ser receptivo com profissionais que são mães
Estrela dos EUA, Alex Morgan salientou em entrevista ao jornal People que se sente mais equilibrada ao ser mãe.  (Foto: C. Morgan Engel / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
Foto: C. Morgan Engel / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP Estrela dos EUA, Alex Morgan salientou em entrevista ao jornal People que se sente mais equilibrada ao ser mãe.

A vida de todo ser humano é norteado em tomar decisões e fazer renúncias. Para as mulheres, por muitos anos, essas escolhas eram limitadas, mas o avanço do mundo e da sociedade fez com que isso, pouco a pouco, mudasse. Hoje, já podemos escolher nossas carreiras — ainda que tenhamos que muitas vezes lutar por elas — e como ou com quem queremos viver nossas vidas, mas ainda há barreiras invisíveis em nossa humanidade, que nos impede de viver com plenitude tudo que muitas vezes queremos. E uma dessas barreiras é a de gerir ou criar uma vida.

De maneira contraditória, a mesma sociedade que hoje incentiva que a mulher trabalhe quer que essa mulher tenha filhos, de preferência entre os 20 e 30 anos, mas não molda o mercado de trabalho a ser receptivo com mães. O resultado disso é um destino muitas vezes desencontrado para as mulheres.  

Em pleno 2024, entretanto, o mundo não deveria ser moldado para que elas tenham que escolher entre suas carreiras ou a vontade de ser mãe e foi com esse pensamento que a Fifa deu um importante passo nessa pauta ao ordenar o direito à licença-maternidade para jogadoras e treinadoras. Afinal, dar a mulher o espaço para jogar bola torna importante que ela tenham direito de viver o que bem entender — e isso inclui ter um filho se ela assim tiver vontade — sem que isso atrapalhe os seus sonhos profissionais.  

Mais importante do que a ordem da Fifa, entretanto, é que as instituições futebolísticas como clubes e federações não vejam isso como um empecilho como boa parte do mercado trabalhista e percebam que precisam ser receptivos com profissionais que são mães. Ter uma profissional se sentindo completa com a escolha de criar uma vida é ter uma profissional feliz, e profissional feliz trabalha melhor do que a frustrada, trabalha até mais equilibrada como salientou Alex Morgan.

A estrela da seleção estadunidense disse em uma entrevista ao jornal People que se sente bem por não abrir mão do desejo de ter filho e continuar fazendo o que ama. "(A maternidade) me faz sentir mais equilibrada. Posso dar tudo pelo esporte e pelas minhas equipes, mas quando vou para casa não fico pensando se fiz um jogo ruim. Eu só tenho que ser mãe e atender às necessidades da minha filha", explicou ela. E se uma estrela como ela se sente assim, quem é capaz de discordar que é possível jogar bola e gerar bem uma vida? 

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