Logo O POVO+
O "mi-mi-mi" é necessário e fundamental
Foto de Iara Costa
clique para exibir bio do colunista

Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

O "mi-mi-mi" é necessário e fundamental

Três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão após insultos racistas contra Vinicius Júnior e também proibidos de frequentar estádios por dois anos
Vinícius Junior comemora gol no jogo Valencia x Real Madrid, no Mestalla, pelo Campeonato Espanhol (Foto: Jose Jordan / AFP)
Foto: Jose Jordan / AFP Vinícius Junior comemora gol no jogo Valencia x Real Madrid, no Mestalla, pelo Campeonato Espanhol

No meio do futebol, um mero entretenimento, todo posicionamento mais brando é classificado como "mi-mi-mi" pelos conservadores. Em geral, esse tipo de pessoa quer licença para praticar machismo, racismo, LGBTIfobia e elitismo dentro dos estádios e toda voz que se levanta contra quaisquer dessas atrocidades é automaticamente categorizada como "chiliquenta". O problema é que, em pleno 2024, o tal "chilique" é necessário e fundamental.

Foi por não cruzar os braços, baixar a cabeça ou se calar em meio a uma onda massacrante de perseguição  racista, - por parte de torcedores adversários -, que o jogador brasileiro Vinicius Júnior viveu e vive na Espanha, que vimos nesta segunda-feira, 10, três indivíduos adeptos do Valencia serem condenados a oito meses de prisão. Foi a primeira vez que uma condenação por atos desta natureza fora emitida pelos tribunais penais do país europeu. 

Se tivesse optado pela neutralidade ao invés de fazer muito barulho, Vinicius Júnior não teria visto os criminosos sendo penalizados e a justiça sendo feita. No futebol, muitas vezes é isso que os racistas e machistas querem, — o silêncio da vítima —, mas o atleta brasileiro ensina com seu barulho ao mundo que o caminho mais justo é mesmo praticar o que os intolerantes chamam de 'mi-mi-mi'.

E a luta não para por aí, principalmente porque sempre há quem peça para o camisa 7 "se conter" e há ainda outros que apontam que se manifestar contra racismo como o jogador faz "inflama os adversários", como se esse fosse um problema do alvo do racismo e não do racista. É necessário que se entenda que não é de responsabilidade do Vini Júnior cessar com o preconceito na Espanha e no Mundo, mas é fundamental que ele siga sendo voz ativa na perseguição contra os preconceitos.

Somente aterrorizando-os, perseguindo-os e dando nota aos crimes que eles cometem é que será possível alcançar no futuro um futebol mais justo, menos racista, LGBTIfóbico e elitista. Um futebol de todos e para todos, como deveria ser desde sempre, mas especialmente durante o século XXI.

Foto do Iara Costa

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?