Logo O POVO+
Conmebol coloca times femininos no Uruguai em situação delicada sem dar explicações
Foto de Iara Costa
clique para exibir bio do colunista

Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

Conmebol coloca times femininos no Uruguai em situação delicada sem dar explicações

Principal competição do continente para a modalidade, Libertadores Feminina teve sede alterada e comunicado foi feito somente por redes sociais
Tipo Opinião
Libertadores Feminina sofreu mudança de sede e alteração foi comunicada via redes sociais.  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Libertadores Feminina sofreu mudança de sede e alteração foi comunicada via redes sociais.

Participar de uma Copa Libertadores é um dos maiores feitos que um time sul-americano pode viver. Imagina, então, que seu time herdou uma vaga no torneio continental, preparou-se para receber o evento no próprio país e acabou sendo desconvidado para a disputa após a Conmebol decidir, a pouco mais de um mês da disputa, mudar a competição do Uruguai para o Paraguai?

Foi o que ocorreu com o Nacional-URU. No final de agosto, a instituição sul-americana comunicou que a Libertadores Feminina será disputada entre os dias 3 e 19 de outubro no Paraguai, e não mais no Uruguai. Com a mudança, o país oriental perdeu a segunda vaga a que tinha direito, o que prejudicou diretamente o time tricolor, que agora terá que dar conta do investimento que captou prometendo visibilidade no torneio e de toda a energia gasta de preparação. 

Para além de todo o prejuízo do clube dos "Bolsilludos", há ainda a insegurança trabalhista na qual as atletas do Peñarol, outra equipe uruguaia a participar da competição, foram expostas. Sem um aviso prévio ao país ou às equipes sobre a mudança, a Conmebol colocou as atletas e os clubes em um status de "se vira", quando sabemos que em toda a América do Sul muitas jogadoras precisam conciliar a carreira de campo com algum outro ganha-pão.

Agora, essas jogadoras, caso queiram participar da Libertadores Feminina, terão de pedir uma licença de 16 dias de um segundo trabalho. E quem irá garantir que essa possível solicitação não as colocará em risco de perder uma fonte de renda?

A Conmebol segue em silêncio, como se não tivesse colocado em uma situação difícil as atletas e afetado a logística de uma das equipes participantes, ainda que os clubes e as jogadoras peçam que ela, pelo menos, se dê ao respeito de dar explicações. Esta semana, após um empate no clássico entre Peñarol e Nacional, Sasha Larrea, do time aurinegro, clamou na imprensa por uma explicação mínima da instituição. 

"Não temos respostas sobre o que aconteceu e queremos saber o que seremos, se seremos cabeça de chave ou o que. O Nacional trouxe jogadoras pensando na competição e não temos respostas, não sabemos o que aconteceu e por qual motivo aconteceu. Precisamos de uma resposta. É complicado ficarmos sabendo de um dia para o outro, por redes sociais, que o Uruguai não vai mais receber a competição", frisou.

O pior é saber que esse tipo de situação jamais ocorreria com a competição masculina, por pior que a Conmebol já tenha se portado em alguns episódios. E caso tivesse ocorrido, teria tido uma comoção muito maior que a inexistente hoje envolvendo os times femininos do Uruguai.

Foto do Iara Costa

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?