Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil
"Sabe o que eu amo? Futebol feminino". A frase, que pode ter sido dita por mim em algum momento da minha vida, não é de minha autoria, mas de Gabriel Barbosa, também conhecido como Gabigol, o maior ídolo recente do Flamengo, clube que possui a maior torcida do Brasil. Após a saída do time da Gávea, o camisa 9 participou de uma entrevista no podcast PodPah onde, dentre muitos assuntos, expressou seu apreço e interesse pela modalidade, salientou o estranhamento dos amigos e até revelou a vontade "de fazer alguma coisa sobre futebol feminino em algum momento".
Em um país onde parte dos homens torcedores utilizam o hate ao futebol de mulheres como reafirmação de "ser macho" e "ser raiz", ter uma figura notória como Gabigol elogiando e destacando a modalidade é de extrema importância para que barreiras do machismo sejam quebradas e que o futebol feminino seja visto como merece das arquibancadas: uma modalidade que resistiu entre tantos percalços e proibições.
Ainda que ele tenha mantido sua atenção ao futebol europeu e sua notória evolução frente ao sul-americano e brasileiro quando expressou sua admiração pelo Barcelona e por Putellas, sua atenção e até análise em entender o contexto que diferencia o masculino do feminino deve ser aplaudida. Se mais jogadores falassem sobre o assunto, se abrissem para entender os cenários como ele fez ao questionar que seria "um pouco errado só o Corinthians ganhar" e que "tem que fazer outros times melhorarem pra ganhar", a modalidade certamente enfrentaria menos resistência das arquibancadas. Mas claro, isso não é dever do Gabigol.
É interessante, porém, analisar como um jogador de futebol parece mais disposto a interpretar que o futebol feminino é instigante, mas que é preciso incentivo e paciência com a modalidade para que ela evolua do que muitos cartolas brasileiros. Talvez por já ter enfrentado dificuldade dentro de campo é que Gabriel tenha um olhar mais empático, mas não deixa de ser louvável que ele tenha dado esse passo a ponto de até expressar vontade de mudar as coisas no futuro.
"Tenho vontade de fazer alguma parada. Não sei. Um dia virar diretor de futebol feminino, uma parada nesse sentido, tem que fazer alguma coisa", foi como ele terminou a fala antes de ser pateticamente interrompido pelos apresentadores, que não quiseram dar atenção ao tema. Os desejos agora são para que um dia Gabigol possa, de fato, fazer algo mais pelo futebol feminino, nem que seja no futuro, mas só de falar no assunto ele já deu um bom primeiro passo e isso já faz diferença.
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