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O péssimo posicionamento do FC Barcelona após uma acusação de assédio
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

O péssimo posicionamento do FC Barcelona após uma acusação de assédio

Mapi León, do Barcelona, se defendeu após ser acusada de pegar nas partes íntimas da atleta do Espanyol, Daniela Caracas, durante partida válida pelo Campeonato Espanhol. Clube blaugrana se reservou a publicar o posicionamento da acusada
Mapi León, do Barcelona, está sendo acusada de assédio moral e sexual contra jogadora do Espanyol.  (Foto: Kenzo Tribouillard/AFP)
Foto: Kenzo Tribouillard/AFP Mapi León, do Barcelona, está sendo acusada de assédio moral e sexual contra jogadora do Espanyol.

O FC Barcelona, da Espanha, está envolto em um grande episódio de assédio no futebol feminino. No último domingo, 9, durante o clássico catalão diante do Espanyol, a jogadora blaugrana Mapi León foi acusada de assediar sexualmente e moralmente a adversária Daniela Caracas. Durante um momento específico do jogo, a atleta foi vista discutindo com a rival e aproximando as mãos das partes íntimas dela.

A partida ocorreu, pelo horário de Brasília, na manhã do domingo. Enquanto o Espanyol utilizou a manhã de segunda-feira para se manifestar após consultar Daniela Caracas sobre o caso, o Barcelona se reservou a não falar nada diretamente. Enquanto instituição, o clube blaugrana apenas publicou, ao final da tarde da segunda, o posicionamento de León, que negou ter tocado as partes íntimas da adversária, lamentou as repercussões e os ataques racistas que Daniela tem sofrido por parte da torcida culé, e prometeu aplicar ações legais "contra quem pretender aproveitar o lance do jogo para prejudicar e seguir difamando-a com provas infundadas". 

Toda a situação em si é lamentável. O suposto assédio deve ser repreendido a partir do momento em que Daniela se sentiu invadida e o Espanyol fez bem em esperar o momento da suposta vítima para se posicionar, além de oferecer apoio jurídico. Do outro lado, embora particularmente eu não concorde com a maneira que León se posicionou, ela tem direito, como qualquer acusada, a se defender. O pior papel nessa repercussão quem fez foi o Barcelona a se limitar em replicar uma defesa pessoal. Ainda que quem tenha supostamente cometido um ato errado tenha sido a jogadora, ela o fez enquanto defendia o clube, logo, o clube precisa sim também se responsabilizar em relação ao episódio.

O clube catalão se limitou a colocar o próprio símbolo no comunicado de León. Não houve nem sequer um repúdio a qualquer tipo de assédio, seja ele moral ou sexual. Também não ocorreu qualquer posição — de defesa ou repreensão — a uma funcionária, o que certamente teria ocorrido se a pessoa acusada fosse do grupo masculino. 

Trata-se de um claro caso de negligenciamento de posição como agremiação esportiva, algo que prejudica a imagem de um time forte na modalidade. Ao se omitir, o clube falha em dar um exemplo de respeito e equidade, algo fundamental para o futebol feminino, que já enfrenta tantos desafios e não precisa neste momento de mais esse.

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