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CBF segue tratando o futebol feminino com pequenez
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

CBF segue tratando o futebol feminino com pequenez

Campeonato Brasileiro ocorre sem patrocínios, ainda que, segundo a jornalista Renata Mendonça, propostas de marcas tenham sido apresentadas. Copa do Mundo Feminina de 2027? Só se fala em outra coisa
Tipo Opinião
Lance do jogo Flamengo x São Paulo pelo Campeonato Brasileiro Feminino A1 (Foto: Nayra Halm/ Staff Images Woman / CBF)
Foto: Nayra Halm/ Staff Images Woman / CBF Lance do jogo Flamengo x São Paulo pelo Campeonato Brasileiro Feminino A1

O Brasileirão Feminino Série A1 entra na próxima sexta-feira, 11, em sua quarta rodada. Até o momento, 24 partidas já foram disputadas nas três primeiras rodadas, todas elas sem qualquer placa publicitária nos arredores dos campos. O motivo? Decisão da CBF, que argumenta em desfavor dos valores apresentados até aqui pelos patrocinadores. 

A entidade espera que, até o final da primeira fase ou o começo das quartas de final do torneio, o assunto tenha sido resolvido e pontua não querer aceitar qualquer valor que desfavoreça a modalidade. Um motivo nobre, até. Mas quem banca a desvalorização que isso causa no que deveria ser o maior produto de futebol feminino do país? 

Até o momento, o Brasileirão Feminino é tratado com pequenez e como várzea pela CBF. Jogos em que a torcida não sabe ou mesmo não tem onde assistir a uma transmissão, entrevistas sem backdrop de marcas, assim como sem placas publicitárias. A quem esse campeonato parecerá atraente, tendo um tratamento tão pobre? 

Comercialmente falando, o valor da marca "futebol feminino brasileiro" em termos de marketing só cai com isso. E vale lembrar que esse é o país que deverá receber a Copa do Mundo Feminina em pouco mais de dois anos. Parece a você que isso vai ocorrer? A minha pessoa, não. Só se fala em outra coisa — em qualquer outra coisa. 

Como fazer com que, magicamente, as pessoas lotem os estádios para os jogos do Mundial de 2027 se hoje, faltando menos de três anos para isso, o torcedor não sabe se consegue assistir a um jogo nem de dentro da própria casa? Não parece existir qualquer plano para fazer o torcedor consumir futebol feminino, e eu falo isso dos clubes, mas também da seleção. E esse é um problemão para quem é o próximo anfitrião.

Em minha curiosidade de jornalista, eu gostaria de poder questionar o Ednaldo quanto a isso, mas tenho a noção que ele muito provavelmente me daria qualquer resposta vaga ou protocolar, como sempre foi com a modalidade, sejamos sinceras, apesar de alguns discursos bonitos. Quem perde com isso? Todas nós que, de alguma maneira, sonhamos em ter A Copa em casa, e não somente uma Copa, só para dizer que teve.

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