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Há tempo para Wagner e Sarto superarem a polarização?
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É editor digital de Política do O POVO e apresentador do programa Jogo Político, interessado no mundo do poder, seus bastidores e reflexos sobre a sociedade. Entende a política como algo que precisa ser incorporado e discutido por todos. Já foi repórter de Política e também editor da rádio O POVO CBN.

Há tempo para Wagner e Sarto superarem a polarização?

São nove dias até a data da votação, em 6 de outubro, com a realização de sabatinas nas principais emissoras de rádio e TV e também dos últimos debates eleitorais. Tempo para o eleitor indeciso olhar com mais atenção o leque de opções existentes
Tipo Opinião

As últimas pesquisas de intenção de voto fizeram de Fortaleza palco principal de uma disputa que marca e cinde a política nacional. De um lado, o candidato apoiado pelo presidente Lula, Evandro Leitão (PT). Do outro, o nome que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, André Fernandes (PL). Ambos aparecem empatados em primeiro lugar nas recentes sondagens e têm, a preço de hoje, as maiores chances de avançar para a etapa seguinte das eleições municipais.

A campanha do candidato petista vem fazendo bem o dever de casa ao atrelar o nome de Evandro às figuras de peso da sigla, com o ministro da Educação e ex-governador Camilo Santana tendo papel central não só como padrinho, mas também como mobilizador e articulador da empreitada na Capital.

Já André Fernandes furou a bolha bolsonarista ao surgir com uma versão mais moderada e conseguindo encarnar como nenhum outro prefeiturável o sentimento de mudança que, de fato, atravessa o eleitorado fortalezense no atual pleito. Tem, até aqui, o trabalho de marketing mais bem sucedido entre todos os concorrentes, com direito a jingle viralizando nacionalmente e liderança de engajamento nas redes sociais.

O que restaria então aos adversários ainda com chances de chegar ao segundo turno? No caso, José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil). São nove dias até a data da votação, em 6 de outubro, com a realização de sabatinas nas principais emissoras de rádio e televisão e também dos últimos debates eleitorais. Momento para o eleitor ainda indeciso olhar com mais atenção o leque de opções e para quem já está propenso a escolher algum candidato consolidar sua opinião.

Sarto tem a poderosa máquina da Prefeitura em mãos, algo que nunca deve ser menosprezado: são obras e serviços com a marca do pedetista sendo executados paralelamente à disputa, e a depender da qualidade do que é ofertado, isso pode ter importante influência nessa reta final dentro de uma queda de braço interna dentro do chamado campo progressista e também de centro. Para tentar desgastar Evandro, deverá atrelar o deputado estadual ao principal calo da gestão petista no Governo do Estado: a segurança pública.

No lado da direita, Wagner deve continuar reforçando a falta de experiência administrativa do ex-aliado André Fernandes e posturas polêmicas antigas e recentes do candidato do PL. Outro ponto a ser explorado pelo ex-secretário de Saúde de Maracanaú são algumas propostas controversas de André, como a entrega de fuzis para os guardas municipais.

A missão de Wagner é das mais complexas, tendo em vista que, ao mesmo tempo em que bate, vê sua rejeição crescer e se igualar à de José Sarto, como mostra a quarta rodada da pesquisa Datafolha. Além, claro, de minar as possibilidades de uma eventual aliança no segundo turno e, indiretamente, ajudar adversários que já arquitetam estratégias para desconstruir a imagem do parlamentar bolsonarista. Cálculos que provavelmente não serão levados em conta nesta fase crucial. Do jeito que o cenário está desenhado, não restam alternativas: é tudo ou nada.

 

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