
Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO
Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO
De tão inédita e cheia de peculiaridades, a condenação de Donald Trump em uma corte de Nova York deixa ainda mais imprevisível uma eleição já marcada pelo acirramento e pela total incerteza quanto ao desfecho. Não há precedentes para um ex-presidente americano e candidato a voltar à Casa Branca condenado criminalmente pela Justiça.
Mesmo que a sentença a ser proferida em julho coloque Trump no xilindró, uma eventual (e improvável) prisão não impediria o candidato republicano de fazer campanha, concorrer e ser eleito presidente da maior potência econômica e militar do planeta. E trata-se de uma condenação por fraude nas contas de campanha para esconder a compra do silêncio de uma ex-atriz pornô com a qual o principal expoente da extrema-direita ultraconservadora mundial se relacionara anos antes.
Cada elemento da trama, por si só, confere um tom de surrealidade para o fato que beira o inacreditável. Se estivéssemos falando de um roteiro de Hollywood, seria digno de uma comédia meia-boca que apela ao absurdo para prender a atenção do espectador.
Numa disputa eleitoral tão apertada, o natural é pensar que os problemas de Trump com a Justiça poderiam dar a Joe Biden uma vantagem significativa, conquistando valiosos eleitores indecisos, que penderiam para o lado democrata para não votar em um condenado criminalmente. E não há erro pensar dessa forma, tanto que as pesquisas apontam isso. Mas ninguém garante que Trump não possa fazer da queda um salto.
Ao mesmo tempo, esta é uma eleição altamente polarizada, com uma grande taxa de votos galvanizados nos dois lados, aparentemente sem muita margem para grandes puladas de muro.
De olho em cada voto, Biden e a campanha democrata já começaram a descarregar o arsenal de críticas ao adversário fora da lei. Em um tom acima do esperado.
Até agora, Trump foi previsível. A máquina de mentiras e automartírio já está a todo vapor. O cão raivoso está acuado e espumando pela boca. A partir disso, tudo pode acontecer.
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