
Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO
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Pouco menos de quatro anos após a última vez em que foram vistos em um mesmo ambiente, Joe Biden e Donald Trump voltarão a estar cara a cara. O primeiro debate envolvendo os dois adversários na corrida pela Casa Branca está marcado para esta quinta-feira, 27, em Atlanta, capital da Geórgia, um “swing state” que pode ser decisivo para a eleição de novembro.
Realizado pela CNN, este será o primeiro de dois debates entre Biden e Trump. O segundo, promovido pela ABC News, está marcado para 10 de setembro em local ainda a ser definido.
Faltando pouco mais de quatro meses para as eleições propriamente ditas, o debate em Atlanta será realizado com uma antecedência incomum. Tamanha antecipação pode também diminuir o interesse do eleitorado no encontro.
Também não é comum o eleitor americano saber a essa altura do campeonato quem serão os candidatos, sem que os dois partidos tenham sequer batido oficialmente o martelo nas respectivas convenções nacionais.
Frente a frente estarão duas figuras com perfis muito conhecidos pelo eleitor. Um é o atual presidente e o outro seu antecessor que quer retornar à Casa Branca. Dois candidatos que já dividiram debates há quatro anos, o que torna ainda mais previsíveis as estratégias de cada um.
Há quatro anos, durante o auge da pandemia de Covid-19, Biden e Trump se encontraram em dois debates no mínimo bizarros e sem nenhuma ordem, com o então presidente deliberadamente sabotando qualquer tentativa do candidato democrata completar duas frases. A ponto do fleumático Biden ter saído do sério e mandado um “cala a boca, cara” ao vivo.
Para esta quinta-feira, quando um dos candidatos estiver falando, o microfone do outro será cortado e os tempos de resposta serão cronometrados. O básico do que é visto em eleições por aqui. Ainda assim, sem muitas garantias de que Trump não vá transformar este debate em um circo, embora essa estratégia tenha se mostrado errada para o republicano em 2020.
Os assuntos a serem abordados dificilmente serão surpresa para os eleitores. O pouco apreço que Trump tem pela democracia assim como suas condenações e problemas certamente serão explorados pelo candidato democrata. Do outro lado, o ex-presidente deverá usar sua retórica mais apurada para enfatizar os “apagões” ou mesmo a gagueira de Biden.
Questões como direito ao aborto gestacional, guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, inflação, estado da democracia, violência na fronteira com o México e migração também serão tratadas pelos candidatos.
No entanto, em debates eleitorais, forma muitas vezes importa mais que conteúdo. Mesmo com o eleitor americano já conhecendo muito bem os candidatos em questão e esses duelos não terem mais o mesmo peso que já tiveram décadas atrás, cada voto de um indeciso conquistado conta muito numa disputa tão acirrada.
Se Biden deixar o estúdio do debate passando a imagem de que tem vigor e vitalidade para seguir conduzindo o país por mais quatro anos – o que, convenhamos, não parece tarefa fácil – ganhará muitos pontos.
Caso Trump consiga se desvencilhar da figura caótica prestes a implodir a democracia – aqui as expectativas são ainda menores – e da imagem de um criminoso condenado poderá começar a corrida eleitoral em vantagem.
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