Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO
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Ao entrar no estúdio da CNN em Atlanta na última quinta-feira, 27, para o primeiro debate presidencial deste ano, Joe Biden tinha uma missão primordial. Mitigar qualquer desconfiança que pudesse haver quanto a suas capacidades físicas e mentais para disputar uma eleição acirrada contra Donald Trump e mesmo governar os Estados Unidos por mais quatro anos. Esse era o grande temor do Partido Democrata e o presidente falhou.
Foram 90 minutos de debate. Para quem está acostumado a acompanhar futebol com alguma frequência, certamente já teve alguma vez o infortúnio de ver por uma hora e meia seu time em uma jornada infeliz e ter sentimentos como frustração, impaciência, raiva ou resignação.
No caso do desempenho de Biden no debate, os “Divertida Mente” que devem ter prevalecido entre os democratas provavelmente foram a Vergonha com a constrangedora participação do presidente e o Medo e a Ansiedade causada por verem a candidatura dele à reeleição derreter ao vivo na TV para todo o país.
Joe Biden e Donald Trump são amplamente conhecidos pelo público. Ninguém esperava vê-los ali se apresentando ao eleitor com novas ideias. A forma como as mensagens seriam passadas importava muito mais que o conteúdo, como costuma ser atualmente em quase todo debate eleitoral.
Via de regra, os apoiadores de um candidato sempre tentam transmitir a percepção de que o nome deles se saiu melhor que o adversário. Quando até mesmo entre os aliados do presidente foi unânime a avaliação de que o presidente foi errático e vacilante, é porque a coisa foi feia mesmo e preocupa bastante.
Após o debate, a estratégia dos democratas foi muito mais de tentar reduzir os danos. Nas entrevistas, todos garantem que Biden segue candidato. Internamente, essa possibilidade de trocar o nome para a disputa já existia e voltou a ser discutida com força.
Na prática, ninguém vai levantar a mão e cruzar a linha de dizer publicamente que o presidente não deveria disputar a reeleição. Passaria a imagem de que ele não teria condições nem de governar atualmente, além de abrir uma cisão praticamente irremediável no partido a quatro meses da eleição.
A solução então passaria pelo próprio Biden abrir mão da disputa. É pouco provável que isso ocorra, mas não seria algo impensável. Caberia ao partido, nesse cenário, correr para viabilizar uma candidatura até agosto, para quando está marcada a convenção nacional do partido. Há tempo muitos financiadores de campanha dispostos a isso.
A democracia americana tem muito a perder e pouco a ganhar com a eleição presidencial deste ano. Com consequências potencialmente nocivas a muitas outras democracias ao redor do mundo, caso Trump volte à Casa Branca.
O ex-presidente, com seu nefasto histórico golpista, antidemocrático e excludente de minorias, sempre foi o único adversário que Biden teria chances de derrotar. Por outro lado, o atual presidente, com seu vigor e retórica cada vez mais frágeis, é o oponente ideal para o candidato republicano.
Um recuo de Biden dá cada vez mais sinais de ser necessário para impedir o pior.
Como esperado, a extrema direita saiu vencedora do primeiro turno das eleições legislativas francesas. O que sem dúvida é uma grande vitória para Marine Le Pen, Jordan Bardella e seus apoiadores mais extremistas.
No entanto, como se trata de uma eleição em duas etapas, ainda é cedo para ver um desenho muito claro de cenário. Dos 577 assentos em disputa, apenas 78 já foram definidos em 1º turno, com a extrema direita pegando 38, a coalizão de esquerda ficando com 36 e a aliança centrista de Emmanuel Macron, o grande perdedor até agora, ficando com dois deputados.
O grupo de Le Pen deve confirmar o favoritismo e abocanhar o maior número de cadeiras. Muita água ainda passará por baixo dessa ponte. E ainda é muito cedo para projetar se essa vitória será suficiente para garantir à extrema direita o posto de primeiro ministro.
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