Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO
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Em meio a sua pior crise desde o início da guerra, a Ucrânia surpreendeu e promoveu uma incursão em território da Rússia. Nos últimos dias, as tropas ucranianas avançaram aproximadamente 30km na região de Kursk, a maior investida dentro das fronteiras russas desde o início da guerra em fevereiro de 2022.
Volodymyr Zelensky comemorou a ofensiva e afirmou no último sábado que a Ucrânia está “empurrando a guerra para o território do agressor". Por outro lado, Vladmir Putin reconheceu as perdas e prometeu ontem “expulsar as tropas” das 28 cidades ocupadas na região de Kursk.
Ainda é cedo, no entanto, para mensurar os efeitos da incursão e qual o peso dela para o desenrolar da guerra. Do ponto de vista de imagem, inegavelmente é um golpe duro para a Rússia que sofreu o maior ataque estrangeiro desde a II Guerra.
No âmbito estratégico, a Ucrânia fortalece sua posição visando eventuais negociações futuras, caso a Rússia não retome logo o controle da região. O próprio Putin citou este como principal objetivo da incursão ucraniana. O presidente russo passou um recibo de que sentiu o golpe ao mencionar que a ação da Ucrânia inviabiliza qualquer tentativa de acordo por um cessar-fogo.
Por outro lado, a abertura de um novo front é mais um desgaste para o exército ucraniano que opera no limite em relação a número de soldados e com o governo de chapéu na mão por ajuda internacional.
Além disso, ainda não há sinais de que o avanço em Kursk arrefeceu a pressão da Rússia sobre as tropas ucranianas, em menor número e com menos armas na região do Donbass, no leste da Ucrânia.
A pira olímpica foi apagada em Paris e o fogo da política francesa reacendeu. Passada uma espécie de trégua para Emmanuel Macron durante a Olimpíada, o debate sobre a escolha da próxima ou do próximo primeiro-ministro do País volta ganhar força.
Em junho, Macron dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas após o fracasso de seu partido na eleição para o Parlamento Europeu. No mês seguinte, as urnas indicaram uma França fragmentada politicamente em três blocos – a coalizão de esquerda Nova Frente Popular, a aliança de centro-direita de Macron e a extrema direita de Marine Le Pen –, todos distantes de chegar à maioria absoluta.
Bloco que elegeu mais deputados a Nova Frente Popular pressiona Macron para que a economista Lucie Castet seja a escolhida. No entanto, o presidente francês resiste a uma formação de governo com a esquerda e defende uma aliança com os Republicanos, partido da direita tradicional.
No entanto, a legenda, que está longe do poder desde Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy, passa por uma profunda divisão e vive o dilema de outros grupos conservadores históricos mundo afora entre caminhar para um centro democrático ou abraçar a extrema-direita.
O dirigente do Republicanos Xavier Bertrand, o negociador do Brexit Michel Barnier e o presidente do Senado, Gérard Larcher, são alguns dos nomes à direita que poderiam assumir o cargo caso a aliança com o bloco de Macron prospere.
As duas semanas de Olimpíadas em Paris deveriam servir para Macron mudar o foco do debate público, elevar sua popularidade com os Jogos e ganhar tempo para articular um nome. Apesar dos bons resultados dos atletas franceses nos Jogos, a aprovação do presidente não foi alavancada como esperado e agora Macron está ainda mais pressionado diante do impasse político do país, um problema criado por ele próprio.
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