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O que dizem as pesquisas a uma semana da eleição dos EUA
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Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO

O que dizem as pesquisas a uma semana da eleição dos EUA

As diferenças entre Kamala e Trump em todos eles são ínfimas e dentro de uma semana tudo pode acontecer
Tipo Opinião
CENÁRIO é ruim para Kamala, mas pode ser revertido (Foto: Jim WATSON, Brendan SMIALOWSKI / AFP)
Foto: Jim WATSON, Brendan SMIALOWSKI / AFP CENÁRIO é ruim para Kamala, mas pode ser revertido

Dentro de uma semana, os eleitores americanos irão às urnas para decidir quem será o próximo ocupante da Casa Branca. Kamala Harris e Donald Trump disputam voto a voto este que se desenha como um dos pleitos mais imprevisíveis da história.

Logo após assumir a cabeça da campanha com a desistência de Joe Biden, Kamala viu uma injeção de otimismo impulsionar seu desempenho nas pesquisas. No entanto, sobretudo ao longo deste mês de outubro, ela passou por uma queda suave, contínua e preocupante para os democratas.

Considerando o agregador FiveThirtyEight – um dos mais conhecidos nas compilações de pesquisas de intenção de voto para eleição americana – a candidata democrata ainda sustenta uma vantagem de 1,4 ponto percentual ante o republicano (48,1% x 46,7%). No início de outubro, esta diferença era de 2,6 pontos (48,6% x 46%).

Em outros agregadores como o Ballotpedia, Trump já chegou a ultrapassar Harris, com um 48,5% x 48,4% para o republicano, que tirou uma diferença de dois pontos no início de outubro.

Contudo, nenhuma dessas vantagens representa muita coisa. Como a disputa se dá estado a estado, o que conta no final é o número de delegados do colégio eleitoral que cada candidato conseguirá fazer. No total, são 538 delegados distribuídos nos 50 estados mais o Distrito de Columbia. Portanto, quem chegar ao número mágico de 270 delegados chegará à Casa Branca.

Uma disputa que não começa 0 a 0

Por mais equilibrada que seja, na prática, a eleição americana não parte de um 0 x 0. Em 44 estados, é fácil prever ou mesmo cravar quem vai vencer. Tradicionalmente, os republicanos levam a melhor em 24 estados enquanto os democratas vencem em 20.

Traduzindo isso na conta para o colégio eleitoral significa que Kamala larga com 226 delegados e Trump com 219. Ou seja, os sete estados restantes são quem de fato definem a eleição. Os tão falados swing states ou estados-pêndulo.

As diferenças entre Kamala e Trump em todos eles são ínfimas e dentro de uma semana tudo pode acontecer.

O que dizem as pesquisas nos estados-pêndulo

Levando em conta as sondagens nos sete swing-states, as notícias não são boas para Kamala Harris. Donald Trump está à frente por uma margem razoável no Arizona – estados com 11 delegados – além de Georgia e Carolina do Norte, cada uma com valiosos 16 delegados. Caso confirme vitória nesses três estados, o candidato republicano já saltaria para 263 delegados, ficando a apenas sete da vitória.

Nos outros quatro estados, a disputa é bem mais apertada. Kamala sobrevive na disputa pelas pequenas margens que tem nos estados dos grandes lagos ao norte: Michigan (15) e Wisconsin (10). No entanto, a vantagem dela nas pesquisas gira em torno de um a três décimos de ponto percentual e está em trajetória de queda nas últimas semanas.

Em Nevada (6), onde Trump perdeu para Clinton e Biden nas duas últimas eleições, Harris viu sua vantagem derreter e já foi ultrapassada pelo republicano, que tem dois décimos de vantagem. Nesse cenário, o ex-presidente chegaria a 268 contra 250 da atual vice.

Qual o estado mais importante e por que é a Pensilvânia

Assim, restaria a disputa no swing state que se projeta como joia da coroa nesta eleição. Com 19 delegados, a Pensilvânia é o maior e mais importante dos estados-pêndulo. Foi também onde Trump sofreu atentado em julho e, curiosamente, é o berço da independência americana há quase 250 anos.

Ao se confirmar o que projetam as pesquisas neste momento, quem vencer na Pensilvânia, leva a eleição. Hoje, as pesquisas lá indicam leve vantagem para Trump de 0,3 ponto percentual. Kamala estava à frente, mas foi ultrapassada em meados de outubro.

A boa notícia para ela é que a Pensilvânia é um estado onde os democratas venceram em cinco das últimas seis eleições. Apenas Trump, em 2016, venceu lá para os republicanos. 

É na Pensilvânia que Donald Trump e Kamala Harris devem fincar pé na campanha nos próximos dias.


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