Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO
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O período de Olaf Scholz à frente da maior economia europeia está perto do fim. O governo do primeiro-ministro do SPD (centro-esquerda) não sobreviveu ao voto de confiança no Parlamento e a Alemanha terá novas eleições em fevereiro. O resultado da sessão dessa segunda-feira, 16, no Bundestag já era esperado diante da crise gerada após a cisão na aliança governista.
Eleito em dezembro de 2021, Scholz encerrou um ciclo de 16 anos de poder com Angela Merkel e a CDU (centro-direita). Para tanto, o social-democrata formou a coalizão “semáforo”, um arranjo de partidos sem tantas afinidades composto pelos vermelhos do SPD, os liberais (cuja cor é amarela e a sigla é FDP) e os verdes.
A coalizão ruiu em novembro após Scholz demitir o então ministro das Finanças, o liberal Christian Lindner. No centro das divergências estavam as posições obviamente conflitantes de ambos quanto a corte de impostos e investimentos estatais.
Assim, durou três anos o período de Scholz como chanceler, sem que ele conseguisse concluir o último ano de mandato. Pensando no histórico recente da política da Alemanha, onde até mesmo partidos rivais se juntaram para formar governos estáveis, foi pouco tempo. Pensando na diversidade da coalizão semáforo e na popularidade baixa dele como primeiro-ministro, até que durou bastante.
Depois do Natal, o presidente Frank-Walter Steinmeier deve dissolver o Bundestag e convocar eleições a serem realizadas em fevereiro. As pesquisas apontam para um provável retorno da CDU ao poder. Hoje liderados por Friedrich Merz, os democratas-cristãos devem conseguir o maior número de assentos, mas não o suficiente para formar maioria.
As eleições de fevereiro devem confirmar também o contínuo e perigoso crescimento da Alternativa para Alemanha (AfD). Liderado por Alice Weidel, o partido de extrema-direita tem como plataforma o discurso xenófobo anti-imigração, com muito de seus quadros associados ao neonazismo. Contudo, felizmente, a AfD tem poucas chances de chegar ao poder agora, pois os demais partidos se recusam a formar uma aliança a nível nacional.
Na Alemanha, o governo desmoronou. Na França, Emmanuel Macron luta diante de um parlamento totalmente fragmentado. Na Espanha, Pedro Sánchez também balança ao ser sustentado por uma aliança instável.
Entre as quatro maiores economias da União Europeia, apenas a Itália com a primeira-ministra de extrema-direita Giorgia Meloni tem conseguido manter um mínimo de estabilidade. Logo a Itália que apenas neste século teve 11 governos diferentes.
As instabilidades políticas nas principais forças do continente são refletidas na economia desses países. Não à toa, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen atuou para desempacar o acordo da União Europeia com o Mercosul.
Em meio a instabilidades políticas e a projeções de um mundo mais fechado com Donald Trump na Casa Branca, a União Europeia vê a água subir e se aproximar do pescoço, precisando de soluções para amenizar as crises econômicas e políticas.
Seguem até a próxima segunda-feira, 23, as inscrições para a 34ª turma do Programa de Novos Talentos. A iniciativa é fruto de parceria entre Fundação Demócrito Rocha e O POVO. Podem se inscrever estudantes de Jornalismo que estejam cursando a partir do terceiro semestre em qualquer faculdade de Fortaleza. O curso tem duração de três meses e oferece aulas teóricas e práticas nas redações do O POVO.
O Programa de Novos Talentos já auxiliou a formação de grandes profissionais do Jornalismo que estão ou passaram pela redação do O POVO, além de outros veículos de abrangência nacional. Para se inscrever, basta acessar o site do Programa de Novos Talentos: fdr.org.br/novostalentos
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