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A nacionalização da eleição em Fortaleza
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais

A nacionalização da eleição em Fortaleza

A eleição municipal mais disputada entre as capitais brasileiras ganha contornos nacionais, com envolvimento de presidentes, ministros e parlamentares
Tipo Opinião
DEPUTADO Elmar Nascimento em Fortaleza (Foto: Assessoria Evandro Leitão)
Foto: Assessoria Evandro Leitão DEPUTADO Elmar Nascimento em Fortaleza

Eu já perdi as contas de quantas vezes fui perguntado por colegas de Brasília de outros veículos jornalísticos sobre as eleições em Fortaleza. "João, quando sai a próxima pesquisa Datafolha?", "Estão empatados em todas, né?!", e por aí vai. O interesse é gigante por causa da nacionalização do pleito, e não só por envolver PL e PT, partidos de Jair Bolsonaro e Lula, ou por haver um deputado federal na disputa.

As eleições em Fortaleza conseguiram mexer com a base do Governo Federal, influenciar, ainda mais, na implosão de um partido e colocar mais tempero na já conturbada sucessão a Arthur Lira, na Câmara dos Deputados. Vamos por partes…

Em âmbito nacional, PDT e União são Evandro

É inegável que a rivalidade entre PDT e PT tenha afetado as relações entre os partidos, mas só em âmbito regional. Nacionalmente, a relação até sofreu um pequeno abalo, mas segue forte. Os presidentes do PDT, André Figueiredo e Carlos Lupi (presidente de honra), deram apoio público a Evandro Leitão.

Houve intervenção por parte do Palácio do Planalto, que questionou o PDT Nacional pela dissidência municipal, mas o abalo interno foi mais forte. Todos os deputados federais do partido são pró-Evandro e pressionaram Lupi por um posicionamento mais incisivo contra o PL. Uma possível vitória de André Fernandes com intervenção incisiva de Roberto Cláudio, José Sarto e Ciro Gomes vai esfacelar, ainda mais, a sigla.

No União Brasil, divisão na bancada cearense. Danilo Forte e Dayany do Capitão apoiam André Fernandes, enquanto Moses Rodrigues e Fernanda Pessoa estão com Evandro Leitão. Junto à Executiva Nacional, os 'evandristas' ganharam um reforço no apoio: o candidato à presidência da Câmara dos Deputados e líder do partido na casa, Elmar Nascimento.

"Não há uma eleição no Brasil que esteja mais nacionalizada que a eleição de Fortaleza e procuramos nos colocar do lado certo da história. Aqui, estão disputando a democracia e a extrema direita e não temos dúvidas de que lado ficar. Fortaleza não pode ser laboratório da inexperiência", afirmou Elmar, numa clara sinalização à base governista, parcela da Câmara que ele precisa para se tornar presidente da Casa Baixa.

Desavisado, Elmar não usou o uniforme

O líder valorizou os convites feitos por Fernanda e Moses, mas falhou no dress code. Todo mundo sabe que o uniforme político do Ceará é o branco-Camilo, que figurou não só em Camilo Santana na última semana. Moses Rodrigues, Domingos Neto, Luiz Gastão e Evandro também estavam vestidos assim. A vestimenta é seguida até mesmo pela oposição: foi assim que Carmelo Neto, presidente do PL, apareceu no O POVO News desta semana.

Até mesmo o outro visitante, Antônio Britto, estava uniformizado, certamente avisado por Domingos e Gastão, que são do PSD, como ele. Britto está unido a Elmar na busca por viabilidade pela presidência da Câmara.

A ver se os baianos conseguem desequilibrar a tão equilibrada eleição de Fortaleza que, jornalisticamente, tem sido emocionante de cobrir.

 

Foto do João Paulo Biage

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