João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Derrota nas urnas, enterro simbólico do PL da Anistia e pedido de indiciamento faz bolsonarismo sangrar: uma mini retrospectiva do pior momento da extrema-direita desde 2018
Há um mês, oito representantes fiéis do bolsonarismo disputavam o segundo turno das eleições em cidades estratégicas para o ex-presidente Jair Bolsonaro. A expectativa era que Bolsonaro saísse do pleito fortalecido, mas não foi o que ocorreu. Foram só duas eleições, em Aracaju e Cuiabá. As seis derrotas, principalmente em grandes centros como Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza, enfraqueceram a extrema-direita e, como num jogo de dominós, as pedras bolsonaristas foram caindo, uma a uma.
Dois dias depois do resultado eleitoral…
…o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, zerou a tramitação do Projeto de Lei que quer perdoar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O PL da Anistia estava com votação marcada na Comissão de Constituição e Justiça, mas Lira ordenou que o texto voltasse à estaca zero.
"O tema deve ser devidamente debatido pela Casa, mas não pode, jamais, pela sua complexidade, se converter em indevido elemento de disputa política", disse o presidente ao criar uma Comissão Especial para tratar sobre a proposta. Internamente, o movimento foi tido como um engavetamento silencioso.
Apoio de Bolsonaro a Alcolumbre estremece a base
Jair Bolsonaro entrou de cabeça nas negociações para as sucessões de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira. O presidente foi ao Congresso Nacional para demover a ideia de senadores do Partido Liberal, que queriam lançar a candidatura do astronauta Marcos Pontes à presidência do Senado Federal.
Na saída, Bolsonaro cravou apoio a Davi Alcolumbre, tido por bolsonaristas como traidor por ter subido ao palanque do PT em 2022. "Sabemos da força do Alcolumbre, ele deve ser o presidente no futuro. Em 23, jogamos com o Rogério Marinho e perdemos. Não temos espaço na Mesa e nem em comissões. Estamos meio quase como zumbis aqui, com todo respeito à bancada do PL", afirmou o ex-presidente.
Ataque a bomba
Às 19h30 do dia 13 de novembro, Brasília balançou. Uma sequência de fogos de artifício seguida por duas explosões na Praça dos Três Poderes mudaram a dinâmica política na Capital Federal. Pouco depois, já era possível saber o autor do ataque feito ao edifício-sede do Supremo Tribunal Federal: era Francisco Wanderley Luiz, fanático por Bolsonaro e filiado ao PL.
O objetivo dele era matar Alexandre de Moraes, mas só conseguiu ferir de morte a si e ao projeto de Lei da Anistia, que passou de 'engavetado' para 'enterrado' dentro da Câmara.
Depoimento de Mauro Cid é a pá de cal
O indiciamento feito pela Polícia Federal é já é péssimo para a imagem de Jair Bolsonaro, mas o depoimento dado por Mauro Cid a Alexandre de Moraes aproxima o ex-presidente das grades prisionais. Em entrevista, o advogado do tenente-coronel disse que Bolsonaro era o líder da organização criminosa que tentou dar um golpe de estado para mantê-lo no poder.
Dentro do Congresso Nacional, ganha força teoria que Jair Bolsonaro será preso em breve. Até mesmo aliados do ex-presidente admitem a possibilidade. No Supremo Tribunal Federal, a prisão é tida como quase certa.
Tudo isso, em 30 dias. E o futuro não promete ser positivo para Bolsonaro e aliados.
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