João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Deputado quer voltar como líder, mas não descarta outros desafios. A presidência do PT seria um dos motivos para o afastamento da missão
O Congresso Nacional, na última quinta-feira, sediou uma maratona. Foram quase 15 horas de sessões deliberativas, somando as duas casas; tudo isso para aprovar o pacote de ajuste fiscal do governo. Naquele dia, eu cheguei ao Congresso às 11 horas da manhã e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, estava em reunião de líderes. Após todas as aprovações, o procurei no plenário.
"Biage, eu estou exausto, mas deu tudo 100% certo. Valeu a pena esse trabalho todo", disse. E foi trabalho, mesmo. No dia anterior, o governo pediu o adiamento da pauta por falta de votos para aprovar os três projetos. Ajudado por Arthur Lira (PP-AL), Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Britto (PSD-BA), Guimarães conseguiu os votos necessários para aprovar o pacote.
"Foi um ano que, olha, você acompanhou, eu tirei leite de pedra aqui. Matérias complicadas, a rede de mentiras pelo mundo afora… Eu nunca vi tanta mentira dessa turma que só vive de fake news. Mas o que foi preservado pela Câmara foi o interesse público. Eu estou realizado", afirmou o líder.
O governo vai mudar para 2025 e as lideranças no Congresso podem estar na mira do presidente Lula. Guimarães quer voltar ao cargo, mas não descarta outros desafios. "A tendência é eu voltar como líder, se eu não tiver outras missões…". A missão que Guimarães quer e faz campanha é a presidência do Partido dos Trabalhadores.
Um dos dias mais corridos de 2024
A última semana, em si, foi extremamente corrida. Regulamentação da reforma tributária na segunda, restrição do uso de celulares nas escolas na terça e início da análise do pacote de corte de gastos na quarta, mas a quinta-feira, em particular, foi o dia mais cansativo. Não só pelas horas de plenário, mas também pela correria nos bastidores. Para se ter uma ideia, naquele dia, dentro do Congresso, meu relógio apontou mais de 14 mil passos dados.
Um desses momentos de bastidores mais engraçados foi na chegada de Arthur Lira à Câmara. Eu tinha link no 'O POVO da tarde', às 14h, e Lira desembarcou na Chapelaria - entrada principal do Congresso - 20 minutos antes. Não dava tempo de acompanhar tudo, mas consegui pegar as informações na chegada. "Nós vamos puxar o Projeto de Lei para antes da Proposta de Emenda à Constituição. Até para não ter especulação sobre o texto", afirmou o presidente.
Subi para o Salão Verde, montei o equipamento e entrei exatamente com essa informação e fui além: detalhei os dois textos e até apontei qual seria a estratégia de Lira: usar a votação como teste de votos para a PEC. Acabou o link e voltei para o plenário. A PEC entrou em pauta primeiro. Juro que, naquele momento, duvidei da minha sanidade mental.
Será que o cansaço havia me ludibriado a esse ponto? Não, foi devaneio de Lira. Ao chegar no plenário, ele e os líderes da base acharam melhor votar a PEC primeiro para aproveitar o quórum de 500 deputados. Ufa!
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