Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
É um escárnio o que acontece com os barraqueiros da Praia do Futuro. Pagam taxa para a União, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e enfrentam a concorrência de barracas improvisadas na faixa de areia. São instalações a vender comida e bebida. Improvável que resistam a uma fiscalização de vigilância sanitária. Não podem ser chamados de comércio ambulante, porque não ambulam. Atuam de modo fixo. A concorrência é desleal.
E a propósito das barracas da Praia do Futuro, elas vivem em impasse ainda, embora com acordo fechado e avalizado pelo Ministério Público Federal, AGU e SPU. Tudo certo no Ceará, mas precisam do aval de Brasília. É lá onde o acordo está atolado. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos recusou o acordo e apresentou outra proposta. Aos olhos dos barraqueiros, absurda. Em suma, o Ministério propôs avançar o calçadão da Praia em 55 metros e por as barracas sobre o calçadão. Seria muito semelhante à Beira Mar.
Nasceu então uma contraproposta. Fazer um passeio entre as barracas atuais e o mar, de modo a separar as barracas da praia. Na PF, o mar recua coisa de 100 metros. A contraproposta enviada prevê barracas com 1,5 mil m2 de área total e 40% de área construída. Cada uma livre para fazer seu projeto arquitetônico, sem padrões como os Alphaville da vida.
Muitas barracas até nteriam de derrubar áreas existentes hoje, mas aceitam para resolver a pendenga. As barracas gigantes, três ou quatro, são as mais resistentes, mas cedem.
No esforço para a ministra Esther Dweck assinar, entraram o líder da bancada da maioria na Câmara, o deputado federal André Figueiredo (PDT), e o prefeito José Sarto (PDT). Nada feito. Por ora. Existe a crença de que a política explica o impasse. Seria dar de bandeja aos pedetistas um desfecho ensolarado em plena campanha municipal. Quando a eleição passar, pode dar certo.
O temor do Ministério com o acordo original, aquele fechado em Fortaleza, seria a abertura de um precedente para todo o País, pois há outras polêmicas semelhantes. Já no Superior Tribunal de Justiça (STJ) corre outra polêmica. Subiram decisões da segunda instância sobre a permanência de barracas desde que possuam Registro Imobiliário Patrimonial (RIP) e não extrapolam áreas delimitadas. São casos individualizados. Para completar, há queixas quanto ao valor do IPTU cobrado pela Prefeitura. Tem barraca na dívida ativa do Município.
A cena é a seguinte. O cliente de uma plataforma de aplicativos de veículos, como Uber ou 99, pede um carro pelo app e quando o automóvel chega há um imenso adesivo no vidro traseiro. No adesivo, um candidato cujo perfil causa embrulhos no estômago do cliente. E então? Caso embarque, um constrangimento pelo tempo que durar o percurso, com risco de aborrecimento no desembarque. Já pensou um petista indo ao comitê com um candidato do PL no vidro? Ou o contrário. Um militante anti-lulista em carro com imensa estrela vermelha? A sabedoria dos negócios ensina que certas atividades pedem discrição nas preferências políticas e esportivas. É uma estratégia marota de vender para todos os lados. Donos de bares e restaurantes mais maduros sabem bem dessa lei de mercado. Quem faz opção por ignorar paga o preço de limitar a demanda a um time ou a um candidato. Mas em se tratando de carros por app, em que o cliente não escolhe o prestador do serviço, pior para o cliente. O motorista decerto se contenta com a taxa de desistência. Às plataformas cabe respeitar o distinto público e coibir o embaraço.
Procuradas, as plataformas indicaram para falar a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec). A entidade disse em nota que os motoristas parceiros são profissionais independentes e têm autonomia sobre o veículo, sendo de sua responsabilidade seguir a legislação e observar as normas estabelecidas pelos tribunais regionais eleitorais a respeito da propaganda. Fundada em 2018, a Amobitec reúne empresas como Uber e 99.
Informe-se sobre a economia do Ceará aqui. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.