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O que pode proteger a siderúrgica do Pecém da sobretaxa de Trump
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

O que pode proteger a siderúrgica do Pecém da sobretaxa de Trump

Um ex-presidente da siderúrgica em operação no Pecém avalia que ameaça de Trump e impor 25% sobre o aço e alumínio vendidos para os EUA é uma tentativa de ajudar as siderúrgicas locais e gerar algum emprego para a classe média. Para ele, a planta no Pecém deve ter alguma proteção caso a Arcelor esteja fornecendo para a unidade norte-americana
Tipo Opinião
O CEO ArcelorMittal unidade Pecém, Erick Torres, diz que hoje há 2,5 mil empregados diretos (Foto: DIVULGAÇÃO )
Foto: DIVULGAÇÃO O CEO ArcelorMittal unidade Pecém, Erick Torres, diz que hoje há 2,5 mil empregados diretos

A ameaça do presidente norte-americano Donald Trump de aplicar tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio que entrarem no País, com impactos para o Brasil e também para o Ceará, onde opera a ArcelorMittal Pecém, tem a clara intenção de socorrer as empresas dos EUA. Um ex-executivo da siderúrgica cearense, destaca que o momento das siderúrgicas americanas é ruim. "Estão todas mal das pernas". A ArcelorMittal não fala sobre tema. O setor delega as falas para o Instituto Aço Brasil, que também não se pronunciou.

Ao lado da China, o Brasil é o terceiro maior exportador de aço para o mercado norte-americano, depois dos vizinhos Canadá e México. No primeiro governo Trump, ele estabeleceu tarifas, depois substituiu por cotas.

"É a tentativa dele ajudar as siderúrgicas americanas e gerar algum emprego para a classe média. Afinal, o emprego industrial é de maior qualidade e emprega o americano mesmo", lê. E, ao contrário do Mexico e Canadá, a tarifa deve ser pra valer. Sobre o impacto para a planta no Pecém, ele avalia que a unidade deve ter alguma proteção, caso a Arcelor esteja fornecendo para unidade dela lá nos EUA.

Em tempo: O  Brasil também recorreu ao protecionismo no setor do aço. Em outubro do ano passado, movido pela pressão das siderúrgicas brasileiras, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) elevou para 25% o imposto de importação para 11 tipos de produtos de ferro e de aço. Antes, pagava-se de 10,8% a 14%.

No final de 2023, o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, falava no risco do fechamento de usinas siderúrgicas, a ser mantida a alíquota média de então. Os indicadores mostravam produção de aço e vendas internas em queda, ao tempo em que subiam as importações, sobretudo da China. Dados do Instituto apresentados em novembro de 2023 apontavam de janeiro a outubro, freio na produção de 8,1% e vendas domésticas a desabar 5,3%. 

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