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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Cautela, mas com cenário até animador em 2026, com direito a inflação menor, juros mais baixos e dólar menos alto. Em resumo, nada a indicar pânico no horizonte. Quem diz isso é o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele foi o chefe da Fazenda de Dilma por 11 meses, em 2015, sendo substituído por Guido Mantega. Hoje é diretor de Estratégia e Relações com Mercados do Banco Safra. Levy prevê crescimento de 1,5% no PIB este ano, contra 3,5% do ano passado. "2025 é um ano de nivelamento para não entrarmos em recessão, com algum crescimento em 2026 e uma retomada em 2027". Ele fez conferência sobre o cenário macroeconômico em evento da farmacêutica Cimed, em São Paulo, na sexta-feira. A Coluna estava lá a convite do laboratório.
Levy não vê razões para o preço da moeda norte-americana seguir acima dos atuais R$ 5,70. Em verdade, a base da economia brasileira são as commodities. E, se é o que temos como base, bom saber que o preço delas têm patamar ok, na avaliação dele. É menos do que a euforia de 2020? Sim, mas não está mal. Ele enxerga o desempenho do Brasil no comércio exterior como bom. O dólar atingiu R$ 6,30 ao fim de 2024, mas ele o vê ali perto de R$ 5,50.
Hoje, a inflação desconfortável do País é efeito do dólar mais alto. E assim deve permanecer ao longo de 2025. Mas, pondera, caso o dólar melhore um pouquinho, a inflação pode murchar para menos de 5%. Ela afirma que metade do choque da inflação já passou. O ex-ministro defende que a subida da taxa de juros deu resposta. Estando hoje mais alta, há impacto na atividade econômica e freio na inflação. Menos gente toma dinheiro no banco e a atividade econômica reflete o baque. "Não é que entre em recessão, mas anda mais devagar". O economista advertiu que o quadro "independe da pesquisa da semana". Foi uma alusão à visão distópica dos Boletins Focus do Banco Central, com o pensamento médio do mercado.
Levy não vê razões para o preço da moeda norte-americana seguir acima dos atuais R$ 5,70. Em verdade, a base da economia brasileira são as commodities. E, se é o que temos como base, bom saber que o preço delas têm patamar ok, na avaliação dele. É menos do que a euforia de 2020? Sim, mas não está mal. Ele enxerga o desempenho do Brasil no comércio exterior como bom. O dólar atingiu R$ 6,30 ao fim de 2024, mas ele o vê ali perto de R$ 5,50.
Hoje, a inflação desconfortável do País é efeito do dólar mais alto. E assim deve permanecer ao longo de 2025. Mas, pondera, caso o dólar melhore um pouquinho, a inflação pode murchar para menos de 5%. Ela afirma que metade do choque da inflação já passou. O ex-ministro defende que a subida da taxa de juros deu resposta. Estando hoje mais alta, há impacto na atividade econômica e freio na inflação. Menos gente toma dinheiro no banco e a atividade econômica reflete o baque. "Não é que entre em recessão, mas anda mais devagar". O economista advertiu que o quadro "independe da pesquisa da semana". Foi uma alusão à visão distópica dos Boletins Focus do Banco Central, com o pensamento médio do mercado.
Ele chegou a dizer que a situação fiscal do Brasil não é motivo de pânico ou histeria. De todo modo, alertou que cabe disciplina ao Governo. Sugeriu não inventar novas despesas para os próximos anos, uma tarefa difícil em calendário eleitoral com eleições a cada dois anos. Para ele, porém, a única forma de assegurar que a relação dívida/PIB fique menos árida. A preocupação dele é com a gastança por estados e municípios.
Teve mais: Levy afirmou que o pacote fiscal do Governo, aprovado no fim do ano passado, será o bastante para dar fôlego até 2028. "Acho que o arcabouço não é ficção". Até lá, ele sugere novas medidas econômicas. Mesmo com a fama e a realidade de Governo gastador, o Governo Lula, diz Levy, em relação ao PIB, os gastos com benefícios e Bolsa Família estão menores do que em 2018 e 2019, ano pré-eleitoral.
Levy citou o impacto das medidas econômicas do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos e o freio no consumo chinês como pedras, mas não pedreiras para o Brasil. A expulsão dos imigrantes nos EUA, diz, pode levar à carência de mão de obra, aumento de salários e pressão inflacionária, com possível aumento de juros lá, cujo impacto também ocorre aqui.
Em suma, Levy listou quatro pontos para resumir a análise de conjuntura. 1) Para ele, a ação concertada dos bancos centrais e moderação da atividade da China ajudam a inflação a cair no mundo, incluindo o Brasil - mas a era Trump muda o jogo; 2) o arcabouço fiscal requer crescimento do PIB brasileiro de 2,5% ao ano e disciplina no gasto para funcionar, com reforma tributária, mais produtividade e crescimento; 3) PIB brasileiro impulsionado pelo agro em 2023 e pelo consumo em 2024 exigirá disciplina fiscal para estimular a continuação dos investimentos em 2025; 4)agenda de transição ecológica e um bom ambiente de negócios serão chave para competitividade internacional e o crescimento.
10 AEROPORTOS
Governo tem planos B e C para substituir Infraero
Não adianta insistir, o secretário do Turismo Eduardo Bismarck não revela quais são os planos B e C que, segundo ele, o governador Elmano de Freitas (PT) tem caso a Infraero saia mesmo do Ceará. A estatal federal já deu adeus ao estado mais de uma vez. A última foi no último dia 6, em ofício enviado para Elmano e para o titular da Superintendência de Obras Públicas (SOP), Valdeci Rebouças. No documento, revelado pela Coluna seis dias depois, a Infraero avisa que em 60 dias bate em retirada. Reclama do não cumprimento de acertos, como o investimento de R$ 7,5 milhões em infraestrutura. O Estado atendeu o reajuste das tarifas aeroportuárias, mas não bastou. De todo modo, o secretário do Turismo ainda considera reversível. A rigor, dentre os 10 aeroportos do Estado sob a gestão da Infraero, apenas Jericoacoara (em território do município de Cruz) é um filé. O restante é osso: Camocim, Campos Sales, Canoa Quebrada (no município de Aracati), Crateús, Iguatu, Quixadá, São Benedito, Sobral e Tauá. A Infraero cobra ainda a cessão do hangar no aeroporto de Aracati, nunca usado como prometido pela TAM Aviação Executiva. A estatal quer fazer negócio lá.
AGRESSIVOS E DEFENSIVOS
Ninguém gosta de usar agrotóxicos. Nem quem aplica e nem quem compra. Custa caro e tem riscos. Contudo, a forma como a oposição critica a decisão do governador Elmano de Freitas (PT) de aprovar na Assembleia a permissão da aplicação por drones ainda não conseguiu um contraponto razoável. Apenas condena os agrotóxicos, mas sem apontar uma saída para a produção sem defesa química. O argumento de Elmano foi o de que antes por drones do que por trabalhadores com equipamento nas costas. A pulverização por aviões segue proibida.
AÉREAS BRASILEIRAS
O número de assentos em voos internacionais saindo de Fortaleza mais que dobrou em 2024, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). O total de assentos ofertados pelas aéreas nacionais teve alta de 123%, saltando de 38 mil assentos em 2023 para 85 mil no ano passado. Com o crescimento, o número de passageiros em voos para o Exterior subiu 138%, passando de 29 mil em 2023 para 69 mil em 2024. Outro aumento registrado foi na oferta de destinos no Pinto Martins. Entraram novas rotas para Buenos Aires, Santiago e Lisboa. Já o transporte aéreo de cargas subiu 12,5% em 2024, versus 2023.
SEGURANÇA
O Sistema de Metas Integradas de Segurança Pública (Misp), lançado pelo Governo do Ceará, pretende, dentre outros pontos, reduzir em 11% os Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) e em 15% o Crime Violento contra o Patrimônio (CVP) em 2025. Também irá gratificar os servidores da Segurança em R$ 2 mil por quadrimestre, conforme a meta batida. Somando, dá R$ 6 mil no ano. Ao todo, R$ 160 milhões. Noutros termos, pagar a mais pelo que já é obrigação dos servidores da segurança. Mas há pelo menos uma vantagem na gratificação: prestigiar quem está na linha de frente. Em 2022 havia muita gente no bem-bom, longe do policiamento: 189 oficiais (cada batalhão tem uns 30). Um observador estrelado diz: "Policiais bem preparados e motivados, num bom ambiente de trabalho podem fazer mais e melhor".
FARMACÊUTICA
O setor farmacêutico vende muito produto curativo, mas o Brasil tem que virar um País preventivo. Quem exorta é o CEO da Cimed, João Adibe. "O desafio é mostrar o poder que a prevenção tem". Ele comanda hoje a terceira maior farmacêutica do Brasil em volume de vendas. Após entrada na categoria de higiene bucal, estreia em mais três novos segmentos. De sexta até hoje ele promove em São Paulo o MSA - Meu sangue Amarelo - apresentado como o maior summit farmacêutico do mundo. Já a marca é muito centrada na figura de João, ele próprio o garoto propaganda. A Cimed reestreia na TV Globo o formato de caminhão de prêmios, no qual ele e Luciano Huck aparecem. João está sempre de camisa polo amarela, calça preta e tênis também amarelo. Ele e todo o time. A aposta tem surtido efeito. A companhia saltou de R$ 300 milhões para R$ 3 bilhões em faturamento. O MSA reúne fornecedores, funcionários, líderes do setor, além de consumidores finais. É uma feira com cerca de 70 produtos nas novas categorias que serão as principais apostas do grupo para crescer até 2030. A empresa, cuja produção é concentrada em Pouso Alegre (MG), fareja o País para instalar outra planta - por oram se pistas.
Cariri - Canoa - A Expresso Guanabara começa hoje 10h30min a frequência diária Crato-Canoa Quebrada-Crato. Sai um ônibus de cada destino ao mesmo tempo. Será uma operação experimental de 60 dias, abarcando o carnaval. Custa R$ 116,40.
Saca rolha - Entre 2022 e 2023, o consumo de vinho no Brasil aumentou 11,6%, o segundo maior aumento do mundo, atrás apenas da Romênia, com 20%, de acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). A pesquisa indica também que o consumo global diminuiu 2,6%.
Em Pereiro - O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e o presidente da Telebrás, Frederico de Siqueira Filho, estiveram na sede do Grupo Brisanet, em Pereiro. O fundador e CEO da Brisanet, Roberto Nogueira, os recebeu.
Raios - A Enel Ceará informa: mais de 63 mil descargas atmosféricas foram registradas no estado somente neste ano. As informações foram obtidas por meio do Sistema de Monitoramento e Alerta que monitora, entre outras ocorrências, as descargas atmosféricas no Ceará. As cidades mais atingidas até agora foram Santa Quitéria (3.161), Granja (3.071), Crato (2.114), Sobral (1.386) e Aurora (1.201).
Os pássaros - Na quinta-feira, o CEO da Latam, Jerome Cadier, foi ao Linkedin fazer uma lamúria. Citou mais uma colisão com pássaro (chamado "bird strike" na aviação). A aeronave saíra do Galeão (Rio) e teve de retornar com avaria no bico. "Posso apostar com vocês que a primeira ação na justiça contra a cia aérea, pedindo indenização por dano moral por cancelamento deste voo vai chegar amanhã mesmo".
Notas digitais - A digitalização dos processos fiscais tem avançado no Brasil, e a HMIT Tecnologia, especializada na área, movimenta declarados R$15 bilhões em notas fiscais por meio de suas plataformas. Está em mais de 1.200 municípios e processa cerca de 1,5 milhão de documentos fiscais por ano.
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