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Como Senna, só ele
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Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas

Como Senna, só ele

É difícil pensar em um atleta brasileiro que, morrendo hoje, mobilizasse tanto um país inteiro. Um sentimento de tristeza coletivo. Um luto que se sente não só pelo atleta, mas pelo símbolo de ser verdadeiramente apaixonado por uma figura
Senna teria completado 64 anos na última semana, caso ainda estivesse vivo (Foto: Reprodução/Senna Brasil)
Foto: Reprodução/Senna Brasil Senna teria completado 64 anos na última semana, caso ainda estivesse vivo

É difícil lembrar quando me foi apresentado a figura de Ayrton Senna. Quando ele se foi, naquele inesquecível primeiro de maio de 1994, ainda faltavam anos para eu nascer. Eu e uma geração toda que nunca viu Ayrton correr, mas que, quase como respirar, sabe sobre os feitos dele.

E a resposta é uníssona quando se pergunta sobre a figura dele, um suspiro profundo quando as lembranças vêm à tona. Na última semana, caso vivo, ele teria completado 64 anos. E ainda vive no imaginável a dúvida, o que teria acontecido se ele não tivesse entrado naquela Williams. Ele seria hoje mais que tricampeão? Ele teria ampliado as bases de seus projetos sociais?

E como Ayrton, só ele. É difícil pensar em um atleta brasileiro que, morrendo hoje, mobilizasse tanto um país inteiro. Um sentimento de tristeza coletivo. Um luto que se sente não só pelo atleta, mas pelo símbolo de ser verdadeiramente apaixonado por uma figura, um orgulho de ser brasileiro.

Tivemos nos últimos anos Pelé e Zagallo, mas os dois são exímios representatividades do futebol, que tem já devota milhares de torcedores desde das várzeas às finais de campeonatos. É um esporte popular, que, com uma bola e quatro chinelas como gols, pode acontecer.

Ayrton, e permitam a intimidade, acelerava o coração de milhões, de diversas classes sociais, em um esporte que é normal pais comprarem assentos milionários ou até uma equipe inteira para seus filhos poderem correr. Um esporte tido e vendido como de ricos para ricos. Em que ingressos são caríssimos e é preciso ficar acordado madrugadas para acompanhar. E com as possibilidades limitadas e corridas mornas, cada vez mais torcedores vão ficando pelo caminho. E o brasileiro sente falta.

E a geração que não acompanhou em vida, precisou correr para ver e entender o sentimento de ver o piloto nos braços do povo. Os feitos de vencer um GP apens com a sexta marcha. De ver Ayrton brigando pelo que acreditava dentro da categoria. De ver o Brasil no lugar mais alto do pódio. E a saudade tenha sido o sentimento mais forte quando Lewis Hamilton, em 2021, repetiu o mesmo gesto de Ayrton quando ganhou em Interlagos. O inglês ganhou até a honraria de ser brasileiro honorário. 

Tivemos vários nomes depois de Ayrton no esporte como Rubens Barrichello e Felipe Massa, ambos prejudicados por correrem com estrelas do esporte. E temos jovens promessas à espera de uma oportunidade para correr na categoria, mas o coração e a memória seguem presas no "e se". E se ele ainda estivesse aqui. 

 

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