
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
Não costumo concordar com Max Verstappen, muito menos com seus torcedores. Sempre pareceu que ele mesmo não sabe a dimensão do quanto suas falas podem impactar dentro da categoria. Ou, se sabe, faz pouco caso da oportunidade. Em sua melhor fase e em vias de entrar no seleto grupo de tetracampeões, ele tem o espaço necessário. Então, foi quase surpreendente ver a declaração enfática que fez sobre o espaço de mulheres na Fórmula 1.
O piloto foi certeiro em apontar que o histórico problema de um grid cheio de homens é uma questão de falta de oportunidade e incentivo. Ele faz uma pergunta honesta sobre a F1 Academy, a categoria feminina. Até que ponto realmente as ajudamos com carros mais lentos e sem terem um próximo passo?
“Esses carros são muito lentos. Se você quiser colocá-los na Fórmula 1, essa classe deve ser levada a um nível mais alto agora. É muito bom que as meninas agora sejam patrocinadas por equipes de Fórmula 1, mas em que realmente as ajudamos? Não há próximo passo para elas agora”, questionou o holândes.
Perdi as contas de quantas vezes, ao dizer que acompanhava Fórmula 1, perguntaram o porquê de não vermos mulheres pilotando os carros da categoria principal. É um questionamento com uma resposta complexa por ser um misto de muitas coisas. É a falta de um ambiente atrativo para mulheres gostarem do esporte e o baixo incentivo nas categorias de base para meninas iniciarem a prática.
Tudo isso com a cereja do bolo que é a construção do esporte, ligado diretamente com os estereótipos de masculinidade. Mentor de Verstappen e consultor da Red Bull, Helmut Marko fez público o pensamento retrógrado de muitos que a “Fórmula 1 é muito física para as mulheres".
É claro, seria muito pior sem a F1 Academy, mas é preciso pensar além. A F2 e F3 são, geralmente, portas de entrada para a categoria. Sophia Floersch está na F3 em um grid com 30 pilotos. Na F2 não há mulheres. Apenas uma mulher foi titular de uma equipe de F1, a italiana Lella Lombardi, que estreou no GP da Grã-Bretanha em 1974.
Outras mulheres chegaram a pilotar carros da categoria em testes ou eventos e, apesar do simbolismo, ficou por isso mesmo. E vem ficando por isso mesmo desde o século XX, mas não estamos mais lá.
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