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A Mercedes vem sabotando Hamilton?
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Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas

A Mercedes vem sabotando Hamilton?

Para a Mercedes, é tempo de pensar no futuro. E para os fãs do piloto, sobra, sim, o sentimento de ingratidão e até de injustiça, mas é preciso maturidade para saber que é assim que o esporte funciona
Tipo Opinião
Teorias de fãs levantam suspeitas de que Lewis Hamilton estaria sendo sabotado pela Mercedes que teria favorecido George Russell, seu companheiro de equipe (Foto: NELSON ALMEIDA/AFP)
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP Teorias de fãs levantam suspeitas de que Lewis Hamilton estaria sendo sabotado pela Mercedes que teria favorecido George Russell, seu companheiro de equipe

Fins são difíceis. Isso todo mundo sabe. Embora alguns gostem de bancar que “está tudo bem, não vamos deixar o clima azedar”, na prática as coisas são mais complicadas e sutis. O processo de negociação e a decisão de Lewis Hamilton de deixar a Mercedes e seguir para a Ferrari deixaram marcas e, agora, tomam contornos de acusações de sabotagem. Será?

Há narrativas: Lewis queria um contrato de mais anos e a possibilidade de ser embaixador para desenvolver ações. A Mercedes tem seus olhos em Kimi Antonelli. Hoje na F2, ele tem sido apoiado pela Mercedes desde pequeno, ainda na época do kart.

O heptacampeão não era mais prioridade e não teve seu pedido atendido pela equipe. O time, por outro lado, decidiu seguir com o mesmo conceito de carro. Hamilton já tinha alertado que isso não ia para lugar nenhum. A frustração foi aumentando.

Chegamos ao GP do Canadá, em 2024. George Russell recebe pneus médios, mas Hamilton ganha pneus duros, mesmo já tendo sido provado seu pouco rendimento na pista. O heptacampeão até questionou o motivo. Na realidade, ele não tinha médios disponíveis, enquanto Russell tinha. A equipe não quis arriscar colocar macios.

Mas não importava. Foi o necessário para as redes sociais bombarem de acusações de que a Mercedes estaria boicotando o inglês. Até o Gabigol, o jogador do Flamengo, protestou: “Protegeram o Russell, tiraram a vitória dele (Hamilton)”.

Na lista dos fãs, foram colocadas outras situações: Hamilton em pódios e membros da equipe não estavam esperando por ele ou ele não sendo chamado para um pit em um safety car, sendo ultrapassado, obviamente, com pneus velhos. A pergunta central é: é incômodo, mas podemos chamar de sabotagem?

Vamos aos fatos. A Mercedes precisa de pontos para ter uma boa qualificação no Campeonato de Construtores. É dinheiro que está em jogo. O objetivo é que os dois pilotos pontuem, ainda mais com o bom desempenho da dupla da McLaren e da Ferrari, quando o universo conspira. E vai além: se o objetivo é prejudicar, há meios mais fáceis. 

Não parece bem o clima de "sabotagem", naqueles termos de tramoias Dick Vigarista, mas, claro, a equipe vem deixando óbvio que Hamilton não é prioridade, por haver uma nova esperança de prodígio, como ele mesmo foi, e porque ele vai mudar de equipe muito em breve.

Para a Mercedes, é tempo de pensar no futuro. E para os fãs do piloto, sobra, sim, o sentimento de ingratidão e até de injustiça, mas é preciso maturidade para saber que é assim que o esporte funciona. Fim são meio amargos assim mesmo. 

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