
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
Fins são difíceis. Isso todo mundo sabe. Embora alguns gostem de bancar que “está tudo bem, não vamos deixar o clima azedar”, na prática as coisas são mais complicadas e sutis. O processo de negociação e a decisão de Lewis Hamilton de deixar a Mercedes e seguir para a Ferrari deixaram marcas e, agora, tomam contornos de acusações de sabotagem. Será?
Há narrativas: Lewis queria um contrato de mais anos e a possibilidade de ser embaixador para desenvolver ações. A Mercedes tem seus olhos em Kimi Antonelli. Hoje na F2, ele tem sido apoiado pela Mercedes desde pequeno, ainda na época do kart.
O heptacampeão não era mais prioridade e não teve seu pedido atendido pela equipe. O time, por outro lado, decidiu seguir com o mesmo conceito de carro. Hamilton já tinha alertado que isso não ia para lugar nenhum. A frustração foi aumentando.
Chegamos ao GP do Canadá, em 2024. George Russell recebe pneus médios, mas Hamilton ganha pneus duros, mesmo já tendo sido provado seu pouco rendimento na pista. O heptacampeão até questionou o motivo. Na realidade, ele não tinha médios disponíveis, enquanto Russell tinha. A equipe não quis arriscar colocar macios.
Mas não importava. Foi o necessário para as redes sociais bombarem de acusações de que a Mercedes estaria boicotando o inglês. Até o Gabigol, o jogador do Flamengo, protestou: “Protegeram o Russell, tiraram a vitória dele (Hamilton)”.
Na lista dos fãs, foram colocadas outras situações: Hamilton em pódios e membros da equipe não estavam esperando por ele ou ele não sendo chamado para um pit em um safety car, sendo ultrapassado, obviamente, com pneus velhos. A pergunta central é: é incômodo, mas podemos chamar de sabotagem?
Vamos aos fatos. A Mercedes precisa de pontos para ter uma boa qualificação no Campeonato de Construtores. É dinheiro que está em jogo. O objetivo é que os dois pilotos pontuem, ainda mais com o bom desempenho da dupla da McLaren e da Ferrari, quando o universo conspira. E vai além: se o objetivo é prejudicar, há meios mais fáceis.
Não parece bem o clima de "sabotagem", naqueles termos de tramoias Dick Vigarista, mas, claro, a equipe vem deixando óbvio que Hamilton não é prioridade, por haver uma nova esperança de prodígio, como ele mesmo foi, e porque ele vai mudar de equipe muito em breve.
Para a Mercedes, é tempo de pensar no futuro. E para os fãs do piloto, sobra, sim, o sentimento de ingratidão e até de injustiça, mas é preciso maturidade para saber que é assim que o esporte funciona. Fim são meio amargos assim mesmo.
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