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FIA vai punir fala contra comissários, mas e as decisões deles?
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Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas

FIA vai punir fala contra comissários, mas e as decisões deles?

Presidente da FIA anunciou mudanças no Código Esportivo Internacional para dar "apoio" a comissários da federeação
Tipo Opinião
Conselho Mundial do Esporte a Motor decidiu tornar mais rigorosas as regras de reclamação aos comissários (Foto: Reprodução/FIA)
Foto: Reprodução/FIA Conselho Mundial do Esporte a Motor decidiu tornar mais rigorosas as regras de reclamação aos comissários

Ben Sulayem, presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), anunciou punições mais severas para pilotos e membros de equipes que criticarem comissários e funcionários da instituição. Em comunicado, foi explicado que, durante reunião da World Motor Sport Council, membros aprovaram a mudança da definição de “má conduta" após verem ligação entre declarações de membros de alto escalão do esporte com ódio em redes sociais contra oficiais da federação.

O presidente versa sobre dar autoridade aos oficiais de aplicarem sanções. “Os nossos comissários devem estar preparados para permanecer fortes na sua luta contra esta forma de ódio. Eles têm todo o meu apoio e do Código Desportivo Internacional ao fazerem as suas escolhas", disse.

É, no mínimo, controversa a decisão. Não que palavras desrespeitosas e xingamentos devam ser lançadas contra os comissários, mas é que a mudança cria um “limbo”. Pode tudo cair na mesma vala: uma reclamação de decisões controversas da direção de pista, um desabafo de um piloto ou de um chefe de equipe em um rádio em momento de estresse e, realmente, um ataque pessoal.

A medida deve servir para que os comissários sejam protegidos de ameaças de morte e xingamentos, geralmente vindas do público. É o ponto positivo. Só que comissários decidem como proceder em quase tudo nas corridas: se uma batida foi acidente de corrida ou intencional, se haverá penalidades, e de quantos segundos, se carro retardatários vão poder ultrapassar safety car. 

É possível listar diversos casos, desde “bananas” a decisões que mudam campeonatos. Relembro Abu Dhabi em 2021, que, primeiro, nenhum retardatário ia passar, depois alguns puderam e o safety car sai no tempo errado.

O que a própria federação reconheceu como um "erro humano", claro, foi alvo de críticas e reclamações. A Mercedes entrou com dois protestos, que foram rejeitados pelos comissários e, online, foi uma chuva de reclamações. E aí, como fica? Não se pode mais questionar? A proteção é importante, mas é preciso que a instituição seja transparente, o que vem mostrando que não é, para definir parâmetros e deixar claro o que é cada coisa. 

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