Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
De alguns anos para cá, é impossível não notar o aumento do número de meninas e mulheres que começaram a assistir a Fórmula 1. Sempre achei interessante que a maioria desse novo público ou já foi ou é muito fã de boybands. A resposta mais óbvia, por ser um denominador comum, seria que as “estrelas” do show são homens, cantores e pilotos. Vejamos. Todos que curtem esporte, qualquer esporte, têm um motivo pessoal: um pai, mãe ou familiar que gosta, porque viu uma vez na televisão, lembranças da infância.
A resposta talvez seja ainda mais simples: mulheres assistem à Fórmula 1 porque gostam. E a única semelhança com bandas é que são muitas pessoas para acompanhar. Estudo da Nielsen Sports, empresa de análise esportiva, colocou a Fórmula 1 como a série esportiva anual de maior popularidade no mundo, com 750 milhões de fãs. Dentre os 37 mercados internacionais e mais de 46.000 participantes estudados, pesquisa, do fim do ano passado, mostrou um aumento de 5,7% no interesse pela competição desde 2021.
E o levantamento indicou um aumento no interesse feminino pelo esporte. Esse crescimento foi mais notável entre o público de 16 a 24 anos, justamente a época em que o interesse por bandas, boybands, geralmente, é mais alto. No geral, mulheres e meninas representaram 41% da base de fãs, em um contexto em que as equipes e a própria organização da Fórmula 1 têm dedicado tempo para conquistar essa parcela.
Mas ainda há uma comoção nas redes sociais quando uma mulher comenta sobre o esporte. Não falo nem de repórteres especializadas. Falo só de quem gosta e usa uma rede social para comentar. Como comentam sobre outros esportes ou filmes, séries, livros que gostam. Parece impossível, inconcebível, para alguns homens, que mulheres possam gostar verdadeiramente de um esporte, ainda mais dominado, historicamente, por outros homens.
É quase engraçado. Não um humor propriamente dito, de uma piada bem contada, mas é que, diante da tamanha perda de tempo, é cômica a necessidade de tentar definir quem tem permissão de gostar de algo. Pífio, eu diria.“Você sabe o que é DRS?” Elas sabem. “Quem foi o vice-líder do campeonato de 1985?” Qual a relevância disso? “Você assiste porque os pilotos são bonitos”. Honestamente, acho que, se elas quisessem só ver homens bonitos, não iam escolher um esporte em que os atletas competem cobertos da cabeça aos pés em carros a 300 km/h.
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