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"Drive to Survive": é o fim da F1?
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Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas

"Drive to Survive": é o fim da F1?

A nova temporada da série estará disponível no dia 7 de março
A série traz os bastidores da categoria e conta o que aconteceu na temporada mais recente da Fórmula 1 (Foto: Reprodução/Netflix)
Foto: Reprodução/Netflix A série traz os bastidores da categoria e conta o que aconteceu na temporada mais recente da Fórmula 1

No dia 7 de março, quem tem assinatura da Netflix vai poder sentar no sofá, cama, banco do transporte público — onde quiser — para conferir a nova temporada de "Drive to Survive". A série, feita em parceria com a organização da Fórmula 1, mostra os bastidores dos fins de semana da categoria. A nova temporada, a sétima da série, trará os registros do quarto título de Max Verstappen. Não que o foco tenha sido isso, diante de tantas reviravoltas no ano passado.

Mas todo lançamento traz o questionamento: a série foi a salvação ou é o caminho para o fim da categoria? Desde quando a série foi lançada, é comum ser usado, especialmente pelos espectadores mais “antigos”, o termo “geração Drive to Survive” como referência aos fãs que começaram a acompanhar o esporte motivados pela série. É, claro, usado de forma negativa, quase como uma (re)afirmação de que quem assiste ao material seria menos amante que quem iniciou a paixão por outras formas. “Eu sou melhor do que você”, quase dá para escutar.

Em momento de baixa, em que a categoria tenta expandir o público e a presença em mercados, como os Estados Unidos, onde a Nascar já tem seu espaço garantido, a série foi e segue sendo um alívio. Proporciona a chegada a ambientes, sejam países ou classes sociais, que, sozinha, a Fórmula 1 não conseguiria. Dominâncias e falta de representatividade, sem a diversidade de nacionalidades dos pilotos, afastam ainda mais o público que quer ver o que os carros fazem de melhor, que é competir.

Mas é preciso dar o braço a torcer. Não que a categoria vá acabar. A alegação é, no mínimo, não conhecer a história da categoria. A série, no entanto, coloca os pilotos como personagens, onde os vilões lutam contra os mocinhos, em que há um “culpado”. Demissões deixam de considerar desempenho e patrocínio milionários e são vistas como algo “pessoal”. Até pode ser, mas a Fórmula 1 é mais que isso. Qualquer série tem um roteiro, não são apenas cenas ligadas na tela, então não tem "isonomia" ou muito espaço para se tirar uma conclusão própria sem ter assistido às corridas. E este, talvez, seja o caminho. A série como uma porta de entrada, não uma verdade absoluta. 

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