Karime Loureiro é advogada e professora de inglês. Apaixonada pelo mundo dos vinhos, formou-se Sommelière Internacional pela International Wine Tasters Organization, atuando como palestrante e mediadora de eventos enogastronômicos. Presta consultorias para jantares harmonizados e eventos, ministra cursos de vinhos pelo Brasil e é digital influencer deste universo, sendo conhecida como Embaixadora das Borbulhas. Na bagagem, a visita a mais de 150 vinícolas pelo mundo
Agora pense comigo, essa tarefa de entregar o "mesmo Champagne" é realmente uma arte, concorda? O domínio dessa arte está nas mãos dos Chefs de Cave
Foto: divulgação
Champagne Perrier-Jouët
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Você já percebeu que a maior parte dos champanhes e espumantes em geral não trazem qualquer informação sobre a safra no rótulo? Se sua resposta for "não", de agora em diante você perceberá. Mas por que nossas borbulhas não trazem essa informação?
A região de Champagne possui um clima frio, onde não é fácil o amadurecimento das uvas, em especial as tintas e a qualidade das safras varia bastante de ano a ano. Para manter uma qualidade regular nos produtos, perdura uma prática antiga de misturar safras de vários anos para obter, assim, um Champagne de qualidade regular ano a ano.
A partir dessa combinação, independentemente do clima, cada maison (como são chamadas as vinícolas em Champagne) consegue entregar sempre o "mesmo champanhe" todos os anos. Agora pense comigo, essa tarefa de entregar o "mesmo Champagne" é realmente uma arte, concorda?
O domínio dessa arte está nas mãos dos Chefs de Cave. Tentarei aqui, bem resumidamente, explicar a grandeza e responsabilidade que é o ofício destes "magos". Eles acompanham e dirigirem a produção dos diferentes vinhos das diversas parcelas de vinhedos de Maison e em diferentes terroirs de Champagne.
Esses vinhos são conhecidos como "vinhos de base". Eles não têm bolhas, mas são bem diferentes dos vinhos que costumamos tomar. O trabalho deles e de suas equipes de enólogos é prever como tais vinhos estarão depois da segunda fermentação (em Champagne feita na garrafa), quando se formam as bolhas, e como misturá-los para obter o resultado desejado.
Na maioria das vezes, para obter esse "blend", é feito uso de vinhos de anos anteriores, conhecidos como vinhos reserva. Como foi dito no início, a maioria dos champanhes não é safrada, porém, os vinhos especiais, de muita qualidade, costumam ser separados para entrar na assemblagem dos rótulos vintage, aqueles que têm indicação de safra. Sendo mais raros e caros.
Mas já que ainda estamos no "mês das mulheres" e como esta colunista é uma entusiasta de extraordinárias mulheres, à frente de seu tempo, que fizeram história em Champanhe. Quis trazer, portanto, duas mulheres, de dinâmica atuação em Champagne.
Ainda dominada por homens, a indústria do champagne ganhou força e poder feminino com a ascensão da francesa Julie Cavil ao cargo de chefe de cave da Krug, uma das principais casas produtoras da prestigiada região francesa. Julie substitui o enólogo Eric Lebel, de quem era assistente desde 2006, e ele passa a responder como vice-diretora da Krug, do grupo LVMH Moët Hennessy. Ela é a primeira mulher chefe de cave em 175 anos de história da marca.
Antes de ingressar na Krug, ela iniciou a carreira no vinho frequentando a escola de enologia em Champagne e trabalhando em quatro colheitas na Moët & Chandon e Dom Pérignon, também de propriedade da LVMH.
Nos mais de dois séculos da Maison Perrier-Jouët passaram por lá sete chefes de cave e, agora, pela primeira vez, uma mulher assume a produção deste emblemático champagne. Ela é Severine Frerson, profissional que, aos 15 anos de idade, escolheu a Enologia como carreira, desafiando aqueles que afirmavam que esta indústria era masculina. Entre as experiências de Frerson constam 16 anos na consagrada Piper-Heidsieck, local em que também chegou a ser chefe
de cave.
Para chegar a esta importante posição, Severine teve dois anos de aprendizado com Hervé Deschamps, 20 anos à frente da produção da marca, seguindo fielmente os passos de seu antecessor, André Baveret.
À ocasião, em 2018, Christophe Danneaux, vice-presidente de champagne e diretor de negócios da Perrier-Jouët, disse: "Nossa história é marcada por Rose-Adélaïde Jouët, que fundou a Maison com seu marido Pierre-Nicolas Perrier em 1811. Seu grande caráter, determinação e ousadia, tal e qual o de Séverine Frerson, se alinham à filosofia da nossa Maison".
Um brinde a todas extraordinárias mulheres que trilham caminhos, nem sempre fáceis, mas sempre entregando excelência!
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