
Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Já é tempo presente as discussões sobre soluções na cidade considerando as mudanças climáticas. A pauta têm sido inclusive o centro das atenções dos maiores fóruns globais: cidades resilientes, cidades verdes, são termos que dão um passo à frente a conceitos sobre sustentabilidade, uma vez que já não basta se "sustentar", temos que mitigar os danos, e se possível, revertê-las.
As Soluções Baseadas na Natureza (SbN) é um novo conceito que traz medidas inspiradas, apoiadas ou copiadas da natureza. A expressão foi criada pela a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), onde a ideia é substituir as intervenções humanas poluidoras ou ecologicamente agressivas por práticas sustentáveis como a criação de parques urbanos, ruas verdes, hortas comunitárias, replantio de encostas, jardins de chuva, corredores ecológicos, etc.
No entanto, essas iniciativas quando não partem de uma boa leitura local, podem se tornar suscetíveis ou causar efeitos secundários indesejados. Um bom exemplo disso é a mitigação de carbono que não considera a resiliência das áreas onde são implantadas, ficando vulneráveis às próprias mudanças climáticas que tentam mitigar.
Outro fato importante é o seu desempenho diante da desigualdade social nas cidades como, por exemplo, o processo de gentrificação que ocorre ao redor de novas áreas verdes como parques e praças. Quando essas áreas são qualificadas, provocam uma remoção forçada dos moradores de baixa renda, transformando também novas práticas culturais e de consumo nesses locais. Além disso, a distribuição desigual dessas ações tende a favorecer determinadas áreas e deixam de lado os locais de maior vulnerabilidade. Isso nos alerta sobre a importância de tratar essas ações de forma mais consciente para que se faça as escolhas certas e equalizadas quando se trata de justiça ambiental.
Devemos nos atentar sempre de que conceitos globais trazem boas ideias, mas não trazem soluções prontas para os problemas ambientais urbanos porque é preciso considerar a realidade social local e dos desejos e potenciais de cada comunidade, seja grandes metrópoles ou cidades rurais.
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