
Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
A era da informação presente não quer dizer que vivenciamos o conhecimento em plenitude. O excesso de informações, as novidades e idéias inovadoras tem sido também ferramentas de distrações que nos dão uma idéia falsa de evolução. Como podemos evoluir tecnologicamente tão rápido se não conseguimos sequer sanar problemas básicos do cotidiano¿ Seria mesmo uma evolução ou apenas um novo nicho de mercado criado¿
Hoje temos mais de 80% da população brasileira vivendo em cidades, número que aumenta a cada ano. Porem a forma como as cidades crescem - não no sentido evolutivo, mas no espraiamento desordenado - ameaça a qualidade de vida das pessoas, além do imenso custo ambiental. Não acho que regredimos, uma vez que há sim tecnologias e recursos abundantes. Mas perdeu-se o foco como comunidade e com isso a autonomia sobre nosso destino.
Estamos iniciando agora o Setembro Amarelo e isso me faz refletir mais sobre a ambiência que se vive nas cidades e como isso afeta não só a saúde mental, mas a saúde como um todo. As pautas sobre tendem a girar em torno desse cuidado pessoal... mas onde está a nossa responsabilidade no coletivo¿ Não existe saúde mental sem segurança alimentar, sem moradia, sem combate a violência. Não pudemos responsabilizar o indivíduo por sua saúde física ou mental quando o meio em que se vive nas cidades é insalubre. Em meio a tanta informação e tecnologias, vivemos também na era da desconexão, da descrença e isso nos tem adoecido.
Eu acredito que a tecnologia deve estar a serviço do homem não só para o seu bem-estar, mas principalmente para resolver os problemas sociais. Assim como o papel da inovação é transformar as incertezas cotidianas em oportunidades de evolução, algo muito além de um mercado. O paradoxo que vivemos nas cidades é a maior evidencia da nossa alienação sobre o que é essencial para a vida e de como temos negligenciado o bem-estar coletivo. Investimos em tecnologias nossas operações de trabalho e da comunicação, mas sequer garantimos saneamento básico para a maioria da população. Permitimos inclusive que a tecnologia nos segregue mais e agrave a inoperância das ações realmente importantes para provocar uma mudança positiva na sociedade.
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