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Orlas urbanas tem luxo e muito lixo também
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Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)

Orlas urbanas tem luxo e muito lixo também

A praia degradada é uma ameaça ao bem-estar e isso impacta o turismo e a todas as atividades comerciais ligadas a ela. Além disso a situação demanda a grandes gastos públicos de recuperação, limpeza e segurança
Tipo Opinião

Nossa cidade tem uma das orlas mais bonitas do Brasil. Da barra do Ceará a Sabiaguaba, somos privilegiados por praias acessíveis, de águas mornas e verdinhas. As praias urbanas são espaços intensamente aproveitados, onde brota uma diversidade incrível de atividades, ao alcance de todas as idades e classes sociais. A nossa orla de Fortaleza, considero como uma das mais democráticas, onde frequentam pessoas de todos os bairros da cidade.

Mas assim como a maioria das praias urbanas no Brasil, nossa orla sofreu muito a perda da biodiversidade e da degradação causada pela poluição. Esse dano veio historicamente da exploração desregrada pelo turismo e do avanço imobiliário. Mas hoje, o fator mais alarmante aqui, é a poluição causada pelo o que vem desaguando no nosso mar.

A maior causa da poluição tem origem nas águas dos rios que despejam o lixo jogado em sua cabeceira juntamente com matéria orgânica e restos de esgotos. Não só mais durante fortes chuvas, mas diariamente. São danos graves que causa também prejuízos econômicos, sociais e de saúde pública.

A praia degradada é uma ameaça ao bem-estar e isso impacta o turismo e a todas as atividades comerciais ligadas a ela. Além disso a situação demanda a grandes gastos públicos de recuperação, limpeza e segurança. Perde-se uma referência de lazer importante para a vida social. E o mais grave de todos, o dano ao ambiente e a saúde pública, fatores que são indissociáveis quando se trata de contaminação da areia e da água e a ameaça a vida marítima. A sujeira ainda provoca morte de animais, afetando a comunidade da pesca e as nossas referencias como povo praiano.

Fortaleza tem leis que deveriam proteger a orla, mas a fiscalização precarizada não inibe as construções irregulares. Para agravar, a verticalização excessiva na orla, que tem ocorrido adensa a área e potencializa os impactos. Enfim, passamos a entender que as consequências desse tipo de desenvolvimento urbano, que enriquece um setor da economia as custas do meio ambiente, sai muito caro para a cidade e para a saúde as pessoas.

 

Foto do Laura Rios

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