Não há vencedores no desfecho da votação do novo estatuto do Ceará
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Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Não há vencedores no desfecho da votação do novo estatuto do Ceará
O principal derrotado do circo que virou a votação na quadra da sede do clube é o torcedor. Este vê a possibilidade de voto para sócio-torcedor ir pelo ralo
Foto: HORACIO NETO/O POVO
Votação para aprovação do novo estatuto do Ceará ocorreu na noite desta segunda-feira, 17, na sede do clube
Não há vencedores no desfecho da votação do novo estatuto do Ceará, reprovado pelo placar de 112 a 104. Oficialmente, vitória da ala da situação ligada ao presidente do clube, João Paulo Silva, e derrota da oposição, capitaneada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Herbet Gonçalves Santos. Na prática todos saem perdedores neste processo, que rendeu cenas patéticas de bate-boca e discursos inflamados.
E, claro, o principal derrotado do circo que virou a votação na quadra da sede do clube é o torcedor. Este vê a possibilidade de voto para sócio-torcedor ir pelo ralo. O tal "Time do Povo" não concede à própria torcida o direito de participar de decisões importantes, uma contradição gritante que agrava a desilusão dos aficionados.
O grupo de situação, especialmente o presidente João Paulo, sai com a imagem profundamente arranhada. O que só gera desgaste e pressão no ambiente do Porangabuçu em meio à briga pelo acesso.
Embora o presidente alvinegro e membros de sua ala terem dado declarações públicas de que eram a favor do voto ao sócio-torcedor, faltou habilidade para conduzir o processo e conseguir chegar a um consenso que evitasse a derrota desta pauta específica.
A imagem difundida entre vários torcedores hoje é de que o presidente do Vovô é contra a participação do voto do sócio-torcedor. O período pré-votação do novo estatuto demonstrou uma ausência de João Paulo, a ponto de chegar às vésperas do evento e divulgar uma carta e um vídeo aos torcedores.
Enquanto isso, a oposição colou em JP a pecha de contrário aos interesses dos torcedores. O dirigente trabalhou muito mal o seu discurso durante os últimos meses.
Há argumentos válidos dos dois lados. Apesar das divergências, o voto do sócio-torcedor, pelo menos publicamente, era uma pauta que os dois grupos defendiam. E essa era uma das principais pautas e, talvez, a mais desejada pelo torcedor que sonhava em ter uma participação mais efetiva sobre as decisões do clube.
A oposição sai derrotada na votação depois de muito barulho. Deste lado também faltou habilidade para convencer a ala da situação e alcançar uma aprovação. Sem falar nos discursos destemperados de membros do grupo que só polarizam a disputa.
E é certo que essa briga de dois lados não vai parar com o fim da votação. Agora a disputa ganhará a esfera judicial. Conselheiros da oposição já prometeram que vão acionar a Justiça com alegação de que o processo não seguiu o rito.
No meio deste "tiroteio" de narrativas, o torcedor e o time são quem mais sentem os efeitos da "guerra" política que impera no Ceará.
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