Doce ilusão e dura realidade: seleção brasileira ocupa hoje a 2ª prateleira do futebol mundial
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Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Foto: EZRA SHAW / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP
Brasil ficou no empate com a Colômbia
A situação da seleção brasileira atualmente é um retrato ácido de ilusões e falhas sistêmicas. A ideia de que ainda somos protagonistas no cenário global do futebol é uma miragem perigosa que tem cegado treinadores, jogadores, torcedores e jornalistas há anos. A verdade amarga é que estamos firmemente posicionados na segunda prateleira do futebol mundial.
A euforia de sermos pentacampeões do mundo há muito se transformou em um travesseiro confortável, onde a preguiça e a autossuficiência repousam. Enquanto continuamos a celebrar o passado glorioso, outras seleções avançam, inovam e nos deixam para trás.
Não somos mais os melhores por inércia histórica; somos uma equipe que precisa urgentemente se reinventar e enfrentar a realidade de frente. Não somos melhores do que Colômbia, Uruguai e tantos outros que outrora eram fregueses.
O fracasso recente na fase de grupos da Copa América é um sintoma claro dessa estagnação. Em um grupo com Colômbia, Paraguai e Costa Rica, a expectativa era de dominância, mas a realidade foi uma classificação em segundo lugar, com uma vitória sobre um fraco Paraguai. Onde está a superioridade técnica e tática que tanto nos orgulhamos?
O debate curioso nas redes sociais sobre o meio-campo colombiano, com jogadores da Série A do Campeonato Brasileiro, e sua superioridade sobre nossos atletas da Premier League, é uma humilhação adicional. No papel, nosso trio – Paquetá, João Gomes e Bruno Guimarães – deveria dominar, mas na prática foram engolidos.
Isso evidencia uma falha gritante: a ausência de um sistema tático robusto e de um treinador capaz de maximizar o potencial dos nossos talentos. Será que Dorival Júnior poderá entregar aquilo que esperamos a longo prazo?
É hora de despir a camisa pesada de um passado glorioso e vestir a realidade nua e crua do presente. Precisamos de um choque de realidade, de uma renovação de mentalidade e, principalmente, de um trabalho árduo para reconstruir nossa posição no topo do futebol mundial. A ilusão deve dar lugar à ação, a nostalgia à inovação, e o comodismo à dedicação. Só assim poderemos voltar a ser protagonistas e não meros figurantes.
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